sábado, 26 de dezembro de 2009

MEU PRESENTE DE NATAL 2009


Quando falei do "carrinho verde" não estava soltando indireta. Entretanto, depois de 55 anos voltei a ganhar outro "carrinho verde" como presente de natal. Outros, melhor dizendo, porque foram dois. Um em forma de chaveiro e o outro esse aí da foto.
Claro que não posso deixar de agradecer a Beth, Fernandinho e Fernandinha, Tarsila, Lavínia, Sílvio e Neide pela noite maravilhosa do natal 2009 e dos presentes que recebí. Érico, Danni e Clarissa estão em Vitória e com eles falamos por telefone. Sentimos a falta, também, de Gustavo que está em São Paulo.
A futura deputada Albenice e seu esposo Edgar vieram para completar a nossa noite repleta de comida e regada a vinho, cerveja e refrigerante.
Espero que todos os meus parentes e amigos tenham tido uma véspera de natal maravilhosa como foi a minha. Feliz 2010 para todos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O CARRINHO VERDE


Toda vez que chega esta época lembro-me do primeiro natal que vivi. Era o ano de 1954, morava em Orobó, Pernambuco, e tinha completado seis anos de idade. Na véspera de natal, por volta das sete da noite, minhas irmãs Guida e Góia levaram-me até o mercado público onde se vendia “coisas” de natal. Elas me mostravam tudo, mas uma coisa chamou minha atenção. Era um carrinho de plástico, todo verde, que eu fiquei empurrando por um bocado de tempo. Andava por todo mercado, mas sempre parava na barraca onde estava o carrinho verde.Parecia com o da foto, sendo verde.

Sem nada na mão voltamos para casa e logo depois foi servida a Ceia de Natal. Meu pai sempre falava antes da Ceia de Natal. Nesse dia ele disse que no próximo ano estaria sendo promovido e que a gente ia morar em Bom Jardim. Eu gostava da Ceia de Natal daquela época. Também tinha peru e queijo do reino. Era quando a gente comia biscoito champanhe.

Fui dormir e no outro dia estava todo mundo em frente a minha rede dizendo que Papai Noel tinha passado por ali. Quando olhei pra baixo da rede, dentro do meu sapato estava o carrinho verde. Nunca me esqueci desse dia. Na mudança para Bom Jardim perdi o meu carrinho.

Depois daquele ano cinqüenta e cinco natais já se passaram em minha vida e nunca mais eu ganhei um carrinho verde. Hoje quando entro nas lojas que vendem produtos a R$ 1,99 encontro muitos carrinhos parecidos. Mas nenhum é igual ao carrinho verde que ganhei como primeiro presente de Papai Noel. Se você encontrar por aí um carrinho verde, do tamanho de um mouse, me avise. Pode ser o meu.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

PRESENTE DE DIÓGENES E ADRIANA

MINHA GRATIDÃO

No dia do meu aniversário em 17 de novembro deste ano, recebi vários telefonemas me parabenizando e aqui faço questão de externar todo o meu agradecimento. Sou grato, portanto, a minha querida Lucinha, esposa de meu cunhado Oneil que ligou para mim da querida Belém na Paraíba; a minha filha Fernandinha que ligou de Recife; a meu filho Fernandinho, do Rio de Janeiro e Érico, de Vitória, Espírito Santo, além de minha neta querida, Lavínia.

Também meu querido amigo Dinho, Vereador Edson de Oliveira Maciel não se esqueceu de mim mesmo estando atarefado em Salvador. Minha comadre Valdira, minha amiga Ângela Lomanto, o renomado compositor Jorge Papapá, Maurício e Diógenes de Natal, Rio Grande do Norte também honraram=me com a lembrança. As palavras carinhosas de todos é demonstração inequívoca do carinho que nutrem pela minha pessoa. Sou grato a todos.

A noite, na casa de Ismar e Jeane, os amigos preparam uma surpresa para mim. Lá estavam os donos da casa Ismar e Jeane; Barbosa e Mara; Elbia (esposa de Dinho), Teca, Aline e Cristina; Mário e Andréa; Miguel e sua noiva; Comadre Valdira e minha afilhada Tânia; Dr. Antônio Martins e dona Elza; Dr. Petrônio Barbosa, Edilson Wanderley e Antônio Almeida, todos uns sem vergonha que mantiveram segredo da trama e ardilosamente me levaram para o local da festa. Beth disse que só veio saber da mesma na véspera que era para ajudar a me levar. Acredito.

Na sexta, dia 20, fomos a João Pessoa, na Paraíba para o casamento de Sérgio e Priscilla e, no sábado, na Associação dos Fiscais de Renda da Paraíba a família de Beth resolveu prestar uma homenagem como se meu aniversário fosse naquele dia. Claro que o pretexto era tomar cachaça.

Lá estava meu querido cunhado Wellington, ex-prefeito e futuro Prefeito de Belém. Estavam, também, os não menos queridos cunhados Ihering e Dinara; Oneil e Lucinha; Gláucia; Laplace e Betânia; Raquel e Magésio e os sobrinhos de Beth: Neto (também futuro prefeito de Belém, Lais, Juliana, Bauman, Izabella e Renato, que também faz anos no dia 17/11 e comigo compartilhou dos parabéns.

Primo, como sempre uma figura indispensável em momentos como este e de Recife estava a prima de Beth, filha da querida Maria, com seu esposo Matias e filhos e outras pessoas que não lembro o nome no momento. Dr. Xavier e Bebé também estavam lá.

De Natal (exclusivamente para parabenizar-me pessoalmente) vieram os amigos Diógenes e Adriana e o presente que me deram foi um “banner”, espetacular, relembrando passeio que fizemos no catamarã de Xingó e paisagens da CHESF em Paulo Afonso. A foto do “banner “ está no Orkut e logo acima deste trabalho.

Também de Natal, estavam Maurício e Lilita e de Paulo Afonso Barbosa e Mara. Os amigos Roberto e Renata, ele atual Prefeito de Belém, também lá estavam e marcaram encontro comigo e Beth, em Paulo Afonso, no dia 15 de janeiro de 2010.

Claro que não me esqueci, mas deixei de propósito para falar no fim sobre as mensagens que recebi no Orkut. Todas são diferentes, mas reveladoras de carinho, muito carinho. As mensagens estão no Orkut e meus agradecimentos a Kelsen Junior, filho do meu cunhado Kelsen que há muito tempo não vejo. Meu irmão Aluízio que as vezes ficamos fisicamente próximo em Recife e que por razões inadmissíveis ficamos distante, mas vamos corrigir esta anomalia logo, logo com um almoço em Olinda.
A mensagem de Beth, dizendo que me ama é uma redundância. Depois veio minha vizinha de roça Mara Barros que junto com Barbosa são companheiros das cachaças que tomamos.
Keilinha e Flávio Edson, amigos queridos que nos honram com sua amizade e lealdade. Renato, filho de meu cunhado Ihering, compartilha comigo o dia 17/11. Pessoa admirável.

Luiz Lula, amigo querido, advogado companheiro de escritório de Fernandinha, profundo conhecedor de música popular brasileira, cujo único defeito é não querer vir a Paulo Afonso.

Xavier Neto, o Neto filho de meu cunhado Oneil e Lucinha, futuro Prefeito de Belém. Só que vai ter de esperar mais um pouco uma vez que o próximo Prefeito será Wellington, seu tio.

Glória Pimentel, a Glorinha, sobrinha querida que carreguei nos braços quando criança e que hoje é uma linda pessoa . Estamos distantes, mas vamos nos reaproximar.

Glauco e Jack, sobrinhos de Beth, filhos de Gláucia e Barbosa, hoje em Vila Velha no Espírito Santo. Odontólogos competentes que um dia irão fazer voltar meus dentes. Boa rima.

Pietro Wagner. Poeta e escritor. Companheiro de farras junto com Gustavo e Léo. Conversar com Pietro é receber uma aula de literatura.

Andressa, a pequenina Andressa. Esposa de meu amigo Fábio. Sua mensagem é reveladora da intensidade do carinho que eles nutrem por nós. Andressa nada tem a nos agradecer, a gente é que agradece a ela e ao Fábio pela beleza de pessoas que são. Andressa disse:
“o que eu tenho pra dizer sobre vcs,e hoje especialmente sobre o senhor,e que o caratér e a humildade não tem preço,falo isso com uma pessoa que convive em alguns momentos mais que percebe as pessoas que vcs são,por nos aceitar assim dessa maneira com tanto carinho nem sei como agradecer,a hospitalidade que tens com gente,agradeço muito ao senhor por confiar em nós ao ponto de nos fazer uma proposta de trabalhar
com o senhor, que te digo de verdade que foi bem tentadora,mais o aconchego da familía o senhor sabe que não tem preço,obrigada pela amizade pela confiança pela pessoa que vcs são desejo ao senhor muitos anos de vida que Deus possa estar propossionando isso ao senhor que merece aproveitar muito ao lado das pessoas que te ama,desculpe o discursso que foi muito grande mais não chega perto da admiração que nós temos por vc,não é só pela chácara maravilhosa kkk é por vcs serem humanos,FELICIDADES MIL SÃO OS NOSSOS VOTOS,Andressa,Fábio e Isabelly. “.
Preciso dizer mais alguma coisa?...

Valdira e Juarez, casal amigo que nos honrou com o convite para ser padrinho de sua filha, a “pequenina” Tánia. Compadres e amigos queridos.

Irmão Kleber, o Binho, que conheci na “Roça” trazido por Júnior, o “Zaca”. Pessoa que me surpreendeu com sua religiosidade e amor ao próximo. Sua página no Orkut é uma prova e exemplo do muito que se há de fazer nesse Brasil. Ele disse:
“Feliz aniversário
Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de recomeçar a cada ano. Desejo a você, um ano cheio de amor e de alegrias. Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas. Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes. Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.É ser grato, reconhecido, forte, destemido. É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;
Parabéns a você nesse dia tão grandioso”.
Obrigado Binho. A “Roça do Velho Chico” está a sua inteira disposição para seu trabalho de evangelização.

Aline, pessoa super meiga e super carinhosa. A gente te ama Aline.
Denize Arruda, a mãe de Luna. Amiga que tivemos oportunidade de conhecer na “roça” e que lá em Taquartinga, próximo a minha querida Bom Jardim, nunca se esquece de nós.

Segundo e Priscilla, ele sobrinho de Beth filho de Wellington e Sandra. Casal que nos honrou com convite para o seu casamento em João Pessoa. Não conhecíamos a Priscilla pessoalmente mas, depois que a conhecemos, passamos a admirar a sua beleza. Segundo e Priscilla se comprometeram em gozarem a segunda “Lua de Mel” em Paulo Afonso. Estamos aguardando.

Juliana, a “Jú”, sobrinha querida filha de meu cunhado Oneil e Lucinha. Um beijão prá ti Jú. Te amo.

Lucinha é a mãe de Jú, minha cunhada esposa de Oneil. Sobre ela nada há a comentar. Qualquer coisa seria sempre insuficiente. É dela o primeiro telefonema que recebo no dia 17/11. Beijo prá ti também Lucinha.

Sílvio. O engenheiro e Professor Sílvio. Pessoa querida que nutrimos por ele imenso carinho. Certo dia, cheguei na casa onde ele mora com Fernandinho e vi uma cristaleira cheia de taças as mais bonitas. Não me contive e deixei este bilhete:
“Como pode uma casa, onde moram Sílvio e Dinho, ter tanta taça bonita e não ter garrafa de vinho...”.
A resposta, também veio em verso, não guardei. Mas foi insolente.

Adriana e Diógenes, já falei deles lá em cima. O presente que me deram, o “banner”, foi simplesmente maravilhoso.

Não poderia deixar de transcrever aqui a mensagem de Tarsilinha, minha neta. Ela disse
”Duduzinho! Muito obrigada por tudo que você e vovó sempre fizeram por nós, obrigada por ser essa pessoa maravilhosa que encanta tudo e a todos, obrigada pelos ótimos momentos juntos, natais, viagens, entre outros. Obrigada está sempre presente e junto da gente, só lamento não tá ai hoje em Paulo Afonso, mas já já vocês chegam por aqui e vamos "shopar" no shopping JDAOPSJDOAPSJDP. Tudo de bom vovô, hoje e sempre. Toda a felicidade do mundo para ti e que tenhas tudo que quiser.
"Duvida da luz dos astros,De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,Mas confia em meu amor." (William Shakespeare)”

Confio Tatá, nunca duvidei. A luz dos astros e o calor do sol um dia se apagarão, mas o teu amor por mim e o meu amor por ti nunca se apagará. Te amo, tu sabes disso.

Por fim, um agradecimento todo especial para aquela que foi a primeira a me parabenizar nos primeiros minutos do dia 17. Beth. Um beijo para ti, parceira e companheira para o que der e vier.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A PROPÓSITO DA RECOMPOSIÇÃO DAS CÃMARAS MUNICIPAIS


Em que pesem as críticas que são formuladas a respeito da conveniência e constitucionalidade da Emenda Constitucional n.º 58, de 23 de setembro de 2009 que “Altera a redação do inciso IV do caput do art. 29 e do art. 29-A da Constituição Federal, tratando das disposições relativas à recomposição das Câmaras Municipais” não é de se desprezar o seu Art. 3.º que diz: Art. 3º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua promulgação, produzindo efeitos: I – o disposto no art. 1º, a partir do processo eleitoral de 2008...

Trata-se, induvidosamente, de uma norma que têm aplicabilidade imediata por não depender de qualquer regulamentação posterior para sua aplicação. Aplicabilidade e eficácia poder-se-á dizer.

Por esta razão, quando uma pessoa que foi candidata a vereador em 2008 e, em função da recomposição constitucionalmente assegurada, considera-se eleito e busca a Justiça Eleitoral a procura de seu diploma de vereador, exerce ele um direito que a mesma Constituição Federal lhes assegura.

Não pode, portanto, o Ministro Ayres Brito, na qualidade de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral enviar “recados” para os Tribunais Regionais concitando-os a uma “insubordinação dos tribunais” visando o descumprimento em massa dessa disposição da Constituição Federal.

Fosse pregada a “insubordinação civil” o pregador seria preso. Tramita hoje no Supremo Tribunal Federal inúmeras Adins (Ação Declaratória de Inconstitucionalidade) na maioria das vezes relacionada com matéria tributária mas nem por isso o Governo deixa de aplicar suas “leis” pouco lhe importando sejam elas constitucionais ou não. Lei é lei e enquanto não revogada é para ser cumprida e ninguém prega a “insubordinação civil”. Deixemos Ayres Brito de lado.

Alguns entendem que para a posse dos novos vereadores basta simples requerimento ao Presidente da Câmara. Discordamos de tal entendimento vez que a diplomação é indispensável. O Diploma é exigido na OAB, no CREA, no CRM, etc., e no parlamento, também.

No Espírito Santo, o Procurador Regional Eleitoral recomendou aos 55 Promotores Eleitorais que ajuízem “recursos” contra a expedição do diploma dos “suplentes de vereadores que tentarem se beneficiar da nova emenda constitucional”.

Fala em “suplentes” como se só eles tivessem direito. Aqui em Paulo Afonso tem uma pessoa que hoje é vereador e que na apuração inicial, com 11, não ficou no rol dos “suplentes”. A recomendação da Procuradoria Regional Eleitoral do Espírito Santo é de “que os promotores eleitorais ingressem com mandatos de segurança na Justiça Eleitoral caso os diplomas já tenham sido expedidos para anular a diplomação”.

Em Goiás, a Procuradoria Eleitoral recomenda a proposição de “ação civil pública” para “suspender a posse dos suplentes que tomarem posse “ilegalmente” dos cargos de vereador sem prévia diplomação”. Ou seja, em Goiás, a restrição é contra a “não diplomação”. Se diplomado, tudo bem, deixa de ser “ilegalmente” . Correto.

Para o Procurador Eleitoral de São Paulo, “a aplicação imediata da emenda é inconstitucional “porque desrespeita as regras do jogo eleitoral tal qual estabelecida anteriormente ao pleito de 2008...” .

A pergunta é: quem estabeleceu esta regra?... A resposta é evidente. A mesma constituição que hoje diz seja diferente. Se tal entendimento prevalecesse poder-se-ia dizer que a Constituição só merece respeito naquilo que não foi emendado. Ora, se está em seu texto, é constitucional e é para ser respeitado.

E, absurdo dos absurdos, diz o Procurador Eleitoral de São Paulo, “... que a posse dos suplentes ofende gravemente a segurança jurídica e a democracia representativa...”. Na opinião desse “douto” Procurador “ter-se-á a estranhíssima figura de vereadores eleitos por voto popular... convivendo com outros vereadores que não obtiveram êxito naquele certame...”.

Errado tal entendimento vez que a data da eleição foi a mesma. As urnas e os eleitores foram os mesmos. A quantidade de votos permaneceu a mesma. Mudou, somente, a quantidade de cadeiras. E quem teve autoridade para dizer que eram 11 (onze) continua a ter autoridade para dizer que passa a ser 17 (dezessete).

Ameaça a “segurança jurídica” é o incitamento ao descumprimento em massa daquilo que preconizado está na Constituição Federal. Se amanhã, o Supremo Tribunal Federal (sem a participação de Ayres Brito, suspeito por já ter externado seu voto) entender que a regra não deve prevalecer, tudo muito bem.

Mas enquanto, ficarmos lendo apenas “opiniões pessoais” de juristas, seja ele quem for e por mais culto e íntegro que seja, prevalece hoje, acima e muito acima da opinião deles, o contido no texto de nossa Carta Magna.

Justo e legítimo, portanto, o pleito daquele que, candidato a vereador nas eleições de 2008, está sendo beneficiado com o aumento das cadeiras no legislativo municipal. Lei é lei e é para ser cumprida, repita-se, e o seu cumprimento compete ao Poder Judiciário.

Por esta razão Rui Barbosa afirmou que “A esperança nos Juízes é a última esperança” (Rui, Obras Seletas, t. VII, p. 204). Se o Judiciário não respeitar a Constituição Federal, aí sim, teremos motivos para perdermos toda a esperança.

Certo, portanto, o comportamento daquele que, eleito vereador na eleição de 2008, busca hoje a Justiça Eleitoral para receber o seu diploma. Parabéns para ele. Os insatisfeitos que mudem a Constituição.


Porto da Serra, Glória.

28/09/2009.

domingo, 7 de junho de 2009

ORIGEM DO MEU NOME PIMENTEL

Quando eu digo que sou descendente de nobres portugueses e que o meu nono avô paterno foi citado 14 vezes por Camões, tem o título de Condestável, foi beatificado e canonizado como Santo, ninguém acredita. Mas é a pura verdade.
Quando o orkut perguntou quem sou eu, eu pensei em responder que era nonaneto do Condestável. Entretanto, resolvi ir mais a fundo, buscando a minha arvore genealógica, e aí vai à relação dos meus parentes ascendentes, pelo lado de meu pai.
A origem do meu nome Pimentel remonta aos primórdios do ano de 1360 quando D. Álvaro Gonçalves Pereira (meu décimo avô paterno se enamorou de Dona Iria Gonçalves do Carvalhal, que era Dama da Corte Portuguesa e é minha décima avó paterna. Da união dos dois nasceu Dom Nuno Álvares Pereira (meu nono avô) que se casou com Dona Leonor de Alvim (minha nona avó). Dom Nuno é considerado em Portugal como “O Condestável” e Conde de Ourém. O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no terremoto de 1755.O seu epitáfio era: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."
Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV. O seu dia festivo é 06 de novembro. O processo de canonização estava aberto e ativo desde 1940 e em 26 de abril de 2009 ele foi canonizado pelo Papa Bento XVI. Temos um santo na Família.
Minha octavó D. Beatriz Pereira de Alvim (filha de Dom Nuno e Dona Iria) nasceu em 1380 e faleceu em Chaves, em 1415. De seu casamento com meu octavô Dom Afonso, 1.º Duque de Bragança, originou à Casa de Bragança, a maior do Reino, e que se tornou Casa Reinante de Portugal em 1640. Brinquem com a minha raça.
Do casamento deles nasceu meu sétimo avô paterno: Dom Fernando, 2.º Duque de Bragança (1403 a 1478) que se casou com minha sétima avó paterna: D. Filipa de Melo.

Meu sextavô paterno foi Dom Rodrigo de Melo, filho de Dom Fernando com Dona Filipa e que se casou com minha sextavó paterna D. Leonor de Almeida (ela filha de meu também sétimo avô Dom Francisco de Almeida, 1.º Vice-Rei na Índia). Pouco se sabe a respeito dos dois. O certo é que, depois de se casarem, ao invés de irem para as Índias, ele veio para o Brasil, no inicio da colonização, acompanhando Duarte Coelho Pereira. Depois voltou para Portugal nos idos de 1550.

Meu quinto avô paterno foi Dom Francisco de Melo que nasceu em 1588 tendo falecido em 1645. Casou-se com D. Maria de Sandoval e Moscoso que morreu em 1630. Casou-se, depois, em 1635 com sua sobrinha, minha quintavó D.Joana Pimentel que era dama da Rainha D. Maria Francisca Isabel de Borbon. Ele chega a ser parente ascendente de Bernardo Vieira de Melo, meu primo. Minha quinta avô paterna D. Joana Pimentel não se sabe a sua data de nascimento, mas faleceu em 1657. Era filha de meu também sextavô Antônio de Pimentel, 4° Marquês de Távora e de minha também sextavó Isabel de Melo. Isabel era cunhada de D. Francisco.
Atentem para o fato de que a partir de minha quinta avó o patronímico Pimentel passa a ser uma constante quando batisaram meu tataravô de Rodrigo de Barros Pimentel. (Não confundir com Rodrigo de Barros Pimentel, de Porto Calvo, Alagoas, casado com Jerônima de Almeida e filho de Pedro da Rocha Pimentel (também, de Vianna, Portugal, nascido em 1505 e de Cecilia Rodrigues Bezerra, como dizem alguns historiadores). Acredito mesmo que haja algum parentesco entre a gente.

Meu tataravô paterno Rodrigo de Barros Pimentel, que nasceu em 1657 e morreu em 1715. Era filho de meu pentavô Dom Francisco de Melo e de minha pentavô Joana Pimentel, neto, portanto de meu sexto avô Antônio de Pimentel.
O certo é que o meu tataravô Rodrigo de Barros Pimentel por ser, de certa forma, parente ascendente de Bernardo Vieira de Melo, o favoreceu. Na verdade, quando o Capitão-General da Capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro (descendente, também, de Dom Francisco de Melo, meu quinto avô), nos idos de 1690 contratou Domingos Jorge Velho para erradicar de vez a ameaça dos escravos fugitivos da região, o fez por influência do primo Rodrigo de Barros Pimentel que recomendou, também, a contratação do Capitão-Mor Bernardo Vieira de Melo.
A importante atuação dos mesmos verificou-se no famoso episódio do Quilombo de Palmares, que culminou com a morte de Zumbí. Logo depois Bernardo Vieira de Melo foi considerado herói da Guerra dos Mascates e, em 1710, por ter proclamado a República em Pernambuco foi preso e depois “acidentalmente” morto, no Presídio de Limoeiro, em Lisboa.
Minha Tataravó paterna foi Ana Bezerra Pimentel. Devido a Guerra dos Mascates todos os dados relacionados com a minha Tataravô paterna foram queimados. O casal fugiu, então, para o interior de Pernambuco onde seus filhos, dentre os quais o meu trisavô, ajudaram os padres a fundarem o que é hoje o Município de Limoeiro, em Pernambuco. Não é mera coincidência o nome de Limoeiro e a prisão onde Bernardo Vieira de Mello foi assassinado. Do casamento dos dois nasceu a minha trisavô paterna Maria da Conceição Pimentel.
Nos anos de 1715 a 1800 viveu meu Trisavô Paterno João Clementino Bezerra que se casou com minha Trisavó Paterna Maria da Conceição Pimentel de Melo. Devido a Guerra dos Mascates e a prisão e morte de Bernardo Vieira de Mello, no Presídio do Limoeiro, em Lisboa, todos os seus parentes ligados por laços de sangue a Rodrigo de Barros Pimentel fugiram para o interior de Pernambuco e muitos deles mudaram de nome. Naquela época, era comum o os filhos receberem o patronímico materno no final.
João Clementino ao se casar com sua prima Maria da Conceição Pimentel, filha do meu Tataravô paterno Rodrigo de Barros Pimentel e de minha Tataravô paterna Ana Bezerra Pimentel manteve o costume da época e não mais temendo a perseguição portuguesa mantiveram a herança deixada pelo meu Quintavô paterno Dom Francisco de Melo e de minha Quintavó paterna D. Joana Pimentel nas imediações de Limoeiro e batisaram meu Bisavô paterno de FERNANDO DE MELLO PIMENTEL.

De 1800 a 1890 viveu meu Bisavô Paterno FERNANDO DE MELLO PIMENTEL que se casou com minha Bisavó Paterna: MARIA RODRIGUES PIMENTEL. O meu Bisavô paterno FERNANDO DE MELLO PIMENTEL, já como simples proprietário de terras em Limoeiro, Pernambuco, casou-se com minha Bisavó paterna MARIA RODRIGUES PIMENTEL, filha de João Rodrigues e de Tereza Rodrigues.
Ele, descendente de Dom Francisco de Melo e D. Joana Pimentel e parente ascendente de José Clementino Bezerra radicado em Limoeiro, Pernambuco, que era descendente de Bernardo Vieira de Mello, herói da Guerra dos Mascates, em Pernambuco. Minha Bisavó paterna MARIA RODRIGUES PIMENTEL, filha de João Rodrigues e de Tereza Rodrigues eram eles simples proprietários de terras entre Limoeiro e Orobó, Pernambuco. Do casamento deles nasceu meu Avô paterno José Rodrigues Pimentel.
Meu Avô Paterno José Rodrigues Pimentel nasceu em 1860 e faleceu em 1937. Casou-se com minha Avó Paterna Ana Bezerra Pimentel. Meu Avô paterno José Rodrigues Pimentel aproveitando-se do fato de meu Bisavô paterno ter terras entre Limoeiro e Orobó estabeleceu pequeno comércio que muito prosperou, vindo a perder tudo com a Revolução de Trinta, perseguido que foi por ser muito amigo da Família Pessoa de Queiroz, de Umbuzeiro, na Paraíba, Município vizinho de Orobó. Faleceu desgostoso com isso. Já minha Avó paterna Ana Bezerra Pimentel tem o Pimentel pelo fato de ter casado com meu avô. Mas seu nome de solteira era Ana Bezerra de Mello, filha de José Clementino Bezerra de Mello neto de meu Trisavô paterno João Clementino Bezerra.
Minha Avó paterna Ana Bezerra Pimentel era prima de Othon Lynch Bezerra de Mello nascido em Limoeiro, Pernambuco, no ano de 1880. Da união de meu Avô paterno José Rodrigues Pimentel com minha Avó paterna Ana Bezerra Pimentel que passaram a morar em Orobó, Pernambuco, nasceu meu pai Gentil Bezerra Pimentel e meus tios José Bezerra Pimentel, João Bezerra Pimentel, Adauto Nicolau Bezerra Pimentel (Padre Nicolau, do Ginásio de Limoeiro), Ana Benícia Bezerra Pimentel (Tia Naninha).
Meu Pai Gentil Bezerra Pimentel (* 1907 + 1976) casou com Minha Mãe: Neusa de Sousa Pimentel (* 1913 + 1998).
Em 24 de fevereiro de 1907, em Orobó, Pernambuco, nasceu meu pai Gentil Bezerra Pimentel que em 1935 casou com minha mãe Neusa de Sousa Pimentel ela nascida em Umbuzeiro, Paraíba, no dia 26 de março de 1913, filha de Theóphilo de Sousa Silva e de Elza Bandeira de Sousa e Silva.
Da união deles nasceram meus irmãos:
1 - José de Sousa Pimentel (falecido);2 - Maria da Conceição de Sousa Pimentel, que casou com Jarbas Correia Guerra, tendo os filhos meus sobrinhos Vânia Pimentel Guerra, Vilma Pimentel Guerra, Sandra Pimentel Guerra e Carlos Alberto Pimentel Guerra. 3 - Teresa de Sousa Pimentel (falecida). 4 - Mário de Sousa Pimentel, que casou com Maria de Lourdes Correia, tendo os filhos meus sobrinhos Luiz Fernando Correia Pimentel, Gabriela Correia Pimentel e João Henrique Correia Pimentel . 5 - Margarida Maria de Sousa Pimentel, que casou com Manoel Domingos Naia, tendo os filhos meus sobrinhos Frederico Pimentel Naia, Domingos Pimentel Naia, Manoel Pimentel Naia e João Pimentel Naia. 6 - Theóphilo de Sousa Pimentel (falecido). 7 - Carlos Abel de Sousa Pimentel, (falecido) que casou com Jardilina da Cruz, tendo os filhos meus sobrinhos Carlos da Cruz Pimentel, Carla da Cruz Pimentel e Abel da Cruz Pimentel . 8 - Glória Maria de Sousa Pimentel, que era freira e não casou tendo vários filhos adotivos, meus sobrinhos, com quase cinqüenta nomes. 9 - Maria do Perpétuo Socorro de Sousa Pimentel, que casou com João Batista Prazeres, tendo um filho adotivo meu sobrinho Felipe Pimentel Prazeres. 10 - Eu Fernando Antônio de Sousa Pimentel. 11 - Neusa Maria de Sousa Pimentel, que casou com Jaime Santana, tendo os filhos meus sobrinhos Jaime Pimentel Santana, Bruno Pimentel Santana e Hugo Pimentel Santana. 12 - Maria das Graças de Sousa Pimentel (solteira). 13 - Aluísio de Sousa Pimentel, que casou com Márcia de Oliveira, tendo os filhos meus sobrinhos Polliana Pimentel, Emanuella Pimentel e Victor Hugo Pimentel . 14 - Maria de Fátima de Sousa Pimentel (solteira). 15 - Verônica Maria de Sousa Pimentel (solteira) que teve uma filha minha sobrinha Juliana Pimentel. 16 - Eduardo de Sousa Pimentel, que casou com Cida tendo o filho meu sobrinho Eduardinho.
Eu Fernando Antônio de Sousa Pimentel nasci em 17 de novembro de 1948 em Orobó, Pernambuco. Em 30 de maio de 1974 conheci Elizabeth Guedes Alcoforado de Carvalho com quem casei em 30 de janeiro de 1976, passando ela a chamar-se Elizabeth Guedes de Carvalho Pimentel. Ela filha de Manuel Xavier de Carvalho e de Maria Guedes Alcoforado de Carvalho. Nasceu em 14 de março de 1952 e é décima-neta da Rainha Izabel, de Portugal, que depois de morta foi canonizada e tornada Santa com o nome de Santa Izabel ou Santa Elizabeth.

Em 19 de novembro de 1976 nasceu em Recife, nossa filha Fernanda Maria de Carvalho Pimentel; Em 01 de junho de 1978 nasceu em Recife, nosso filho Fernando de Carvalho Pimentel; Em 06 de abril de 1980 nasceu em Recife, nosso filho Érico de Carvalho Pimentel.
Fernanda Maria de Carvalho Pimentel conheceu Gustavo Jorge Lins Pedrosa com quem casou em abril de 1994, passando ela a se chamar Fernanda Maria de Carvalho Pimentel Pedrosa e da união deles nasceram nossas netas Tarsila de Carvalho Pimentel Pedrosa em 09 de agosto de 1994 e Lavínia de Carvalho Pimentel Pedrosa em 15 de maio de 1998. Residem em Recife, Pe. Gustavo Jorge Lins Pedrosa nasceu em 21 de janeiro de 1968 sendo filho de Nilton Alves Pedrosa e de Elizabeth Lins Pedrosa.
Fernando de Carvalho Pimentel continua solteiro e reside no Rio de Janeiro. Érico de Carvalho Pimentel foi morar em Vitória, Espírito Santo, onde conheceu Daniela Travagline vindo a se casarem no dia 20 de janeiro de 2007, passando ela a se chamar Daniela Travagline Pimentel e da união deles nasceu nossa terceira neta Clarissa Travagline Pimentel em 27 de maio de 2007.

terça-feira, 24 de março de 2009

EMPOBRECIMENTO DO MUNICÍPIO DE GLÓRIA

DEMONSTRATIVO DO EMPOBRECIMENTO DO MUNICÍPIO DE GLÓRIA EM
COMPARAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS DE RODELAS, CHORROCHÓ E ABARÉ E
COM O ESTADO DA BAHIA


O presente trabalho objetiva contribuir na discussão sobre as razões do empobrecimento do município de Glória e enfatizar a necessidade de mudar a destinação da população ribeirinha do Lago de Moxotó. Se a agropecuária no Município de Glória é incipiente, nas margens do Lago ela é inexistente por ser totalmente inviável.
Os dados aqui lançados referem-se ao período 2002/2005 e foram extraídos de trabalho elaborado pela SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS do Governo do Estado da Bahia e divulgado pela internet e do site do IBGE referentes aos Censos de 2000 e 2006..
O empobrecimento do Município vislumbra-se, de plano, a um súbito golpe de vista quando analisamos a Estrutura Setorial para formação do PIB Municipal. Nele, a atividade agropecuária vem decaindo ano após ano e a dependência de recursos públicos cresce cada vez mais, como provam os números a seguir:
2002: BAHIA – AGROPECUÁRIA 10,52%; INDÚSTRIA 28,81%; SERVIÇOS 60,67%.
2002: GLÓRIA - AGROPECUÁRIA 21,19%; INDÚSTRIA 12,15%; SERVIÇOS 66,66%.
2003: BAHIA – AGROPECUÁRIA 10,61%; INDÚSTRIA 28,76%; SERVIÇOS 60,63%.
2003: GLÓRIA - AGROPECUÁRIA 16,06%; INDÚSTRIA 12,50%; SERVIÇOS 71,44%.
2004: BAHIA – AGROPECUÁRIA 10,83%; INDÚSTRIA 30,70%; SERVIÇOS 58,47%.
2004: GLÓRIA - AGROPECUÁRIA 14,44%; INDÚSTRIA 12,27%; SERVIÇOS 73,28%.
2005: BAHIA – AGROPECUÁRIA 8,60%; INDÚSTRIA 32,16%; SERVIÇOS 59,24%.
2005: GLÓRIA - AGROPECUÁRIA 11,13%; INDÚSTRIA 14,23%; SERVIÇOS 74,64%.
Observe-se que em 2002 o setor agropecuário do Município respondia com 21,19% para a formação do PIB Municipal e em 2005 o percentual já havia caído para 11,13%. O contrário ocorreu no item serviços (que engloba os recursos públicos) que em 2002 tinha uma participação de 66,66% e em 2005 subiu para 74,64%. Ou seja, o Município de Glória passou a depender mais dos recursos públicos externos do que de sua própria riqueza. Ficou mais dependente.
É verdade que em 2005 todo O Estado da Bahia teve uma queda em sua produção agropecuária, no entanto, conforme se vê do demonstrativo na página seguinte, a diminuição na produção agropecuária de Glória passou a ser uma constante. Para fim meramente comparativo buscamos os dados relativos aos Municípios de Rodelas, Chorrochó e Abaré que como Glória, estão todos situados as margens do Rio São Francisco e possuem, praticamente, a mesma qualidade de solo.
Constata-se que em 2003 todos cresceram menos Glória que perdeu 20,8%. Abaré com um crescimento de 65,7% e Rodelas com um crescimento surpreendente de 174,1% são provas de que o empobrecimento de Glória não é um caso geral, mas isolado, pois Chorrochó, mesmo crescendo pouco, vem crescendo de forma lenta e constante ao ponto de, em 2005, quando todos perderam, Chorrochó foi quem menos perdeu. Ficou praticamente estável. Isto mostra solidez no crescimento do setor agropecuário do município de Chorrochó.
Se compararmos 2005 com 2002, veremos que em termos de produção agropecuária, todos cresceram, menos Glória. Vejamos os dados em milhões de reais e a diferença percentual para mais ou para menos:
BAHIA:
2002 – 5.542,90
2003 – 6.289,46 (mais 13,5%);
2004 – 7.372,16 (mais 17,2%);
2005 – 6.725,96 (menos 8,8% em relação a 2004).

GLÓRIA:
2002 – 4,91
2003 – 3,89 (menos 20,8% em relação a 2002)
2004 – 3,59 (menos 7,5% em relação a 2003)
2005 – 3,18 (menos 11,6% em relação a 2004).

ABARÉ:
2002 – 3,50
2003 – 5,80 (mais 65,7% em relação a 2002)
2004 – 3,90 (menos 32,8% em relação a 2003)
2005 – 3,62 (menos 7,0% em relação a 2004).

CHORROCHÓ:
2002 – 1,16
2003 – 1,24 (mais 6,6% em relação a 2002)
2004 – 1,31 (mais 6,1% em relação a 2003)
2005 – 1,30 (menos 0,7% em relação a 2004).

RODELAS:
2002 – 1,10
2003 – 3,02 (mais 174,1% em relação a 2002)
2004 – 1,84 (Menos 38,9% em relação a 2003)
2005 – 1,75 (menos 5,3% em relação a 2004).

Conversando com seu povo, expulso que foi duas vezes de suas terras, a gente sente a revolta e a desilusão. As melhores terras estão debaixo d’água, Mas as melhores terras de Rodelas e Chorrochó estão debaixo d’água, também.
Prova de que faltou interesse de agir de parte dos ex-governantes de Glória é a análise que se faz do PIB municipal em confronto com o PIB do Estado da Bahia e, dos Municípios de Abaré, Chorrochó e Rodelas. Para se ter uma idéia, variação 2002/2005, analisemos os dados abaixo:

PIB EM MILHÕES DE REAIS:
2002: PIB BAHIA 60.671,84
2005: PIB BAHIA 90.942,99 (mais 49,9% em relação a 2002).
2002: PIB RODELAS 11,18
2005: PIB RODELAS 18,90 (mais 69,1% em relação a 2002).
2002: PIB CHORROCHÓ 11,88
2005: PIB CHORROCHÓ 18,45 (mais 55,3% em relação a 2002).
2002: PIB ABARÉ 20,15
2005: PIB ABARÉ 28,93 (mais 43,6% em relação a 2002).
2002: PIB GLÓRIA 23,99
2005: PIB GLÓRIA 29,57 (mais 23,3% em relação a 2002).
Atentem para o fato de que Glória foi o município que menos cresceu.

PIB PERCÁPITA EM REAL:
2002: PIBPC BAHIA R$ 4.524,67
2005: PIBPC BAHIA R$ 6.582,76 (mais 45,5% em relação a 2002).
2002: PIBPC RODELAS R$ 1.640,58
2005: PIBPC RODELAS R$ 2.524,14 (mais 53,9% em relação a 2002).
2002: PIBPC CHORROCHÓ R$ 1.150,14
2005: PIBPC CHORROCHÓ R$ 1.752,73 (mais 52,4% em relação a 2002).
2002: PIBPC ABARÉ R$ 1.412,47
2005: PIBPC ABARÉ R$ 1.925,38 (mais 36,3% em relação a 2002).
2002: PIBPC GLÓRIA R$ 1.593,94
2005: PIBPC GLÓRIA R$ 1.889,51 (mais 18,5% em relação a 2002).

Note-se que o PIB da Bahia cresceu no período 2002/2005 49,9%. O de Abaré, 43,6%; o de Chorrochó, 55,3%, o de Rodelas 69,1% enquanto o de Glória cresceu, apenas, 23,3%.
Disparate maior é quando analisamos a variação da renda percápita e constatamos que o povo em geral do Estado da Bahia, no período 2002/2005 enriqueceu 45,5%; o de Abaré, 36,3%; o de Chorrochó, 52,4%, o de Rodelas 53,9% enquanto o de Glória cresceu somente 18,5%.
Observem o PIB PC de Chorrochó em 2002 (R$ 1.150,14) e o de 2005 (R$ 1.752,73) e a conclusão lógica é a de que já em 2006 Chorrochó, provavelmente, tenha ultrapassado Glória.
A coisa fica mais grave ainda, quando vemos que no mesmo período a população de Abaré, Chorrochó e Rodelas cresceu, ou seja, o divisor aumentou, enquanto que a população de Glória diminuiu. Ficou com um divisor mais favorável. Vejamos o quadro a seguir:

ABARÉ, com área de 1.694 km2:
2001: 13.638 habitantes e em 1/4/2007, 17.342 habitantes, ou seja, 27% a mais;
RODELAS, com área de 2.575 km2:
2001: 6.260 habitantes e em 1/4/2007, 7.023 habitantes, ou seja, 12% a mais;
CHORROCHÓ, com área de 2.648 km2:
2001: 10.171 habitantes e em 1/4/2007, 10.571 habitantes, ou seja, 4% a mais;
GLÓRIA, com área de 1.402 km2:
2001: 14.559 habitantes e em 1/4/2007, 13.879 habitantes, ou seja, 5% a MENOS;

Ressalte-se que todos os dados aqui coletados foram fornecidos pela SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS do Governo do Estado da Bahia e não julgamos necessário irmos em busca de dados mais atuais ante a tendência que estes números demonstram.

É claro e evidente que os demais itens levantados para a formação do PIB têm a sua importância, mas no caso de municípios como Rodelas, Chorrochó e Abaré os itens indústria, serviços e recursos públicos tem seus valores inferiores aos de Glória enquanto a produção agropecuária, ao contrário, apresenta melhoras significativas.

Para se ter uma idéia de quão gritante e absurdo são os números, olhemos o quadro abaixo, da variação da produção agropecuária em milhões de reais, numa comparação entre os anos de 2002 e 2005:

BAHIA: produção agropecuária em 2002 de 5.542,90 e em 2005 de 6.725,96, numa variação para mais de 21,3%, reputada boa;
RODELAS: produção agropecuária em 2002 de 1,10 e em 2005 de 1,75 numa variação para mais de 58,5%, reputada ótima;
CHORROCHO: produção agropecuária em 2002 de 1,16 e em 2005 de 1,30 numa variação para mais de 12,3%, reputada boa;
ABARÉ: produção agropecuária em 2002 de 3,50 e em 2005 de 3,62 numa variação para mais de 3,6%, reputada estável;
GLÓRIA: produção agropecuária em 2002 de 4,91 e em 2005 de 3,18 numa variação para MENOS de 35,2%, reputada PÉSSIMA;
A conclusão inexorável a que se chega é de que o povo de Glória precisa ser animado, incentivado, ter restituída a sua vida. Mas o “povo de Glória” que aqui se fala é o povo da Cidade, do Malembá, do Porto da Serra, de Freitas, do Torquato, de Queimadas, da Quixaba, ou seja, quase a metade da população do Município que não mais tem condições de explorar a agricultura ou a pecuária. A alternativa que lhe resta é a exploração do Turismo como uma das possibilidades de melhoria de renda.
Nas outras regiões do Município será possível se desenvolver um trabalho voltado à melhoria de sua agropecuária. As terras, se não são de excelente qualidade, também são das piores, o que falta é a água, verdadeira contradição, sabido que o Município de Glória limita-se com dois importantes lagos, Moxotó e Itaparica. Moxotó pode fornecer, também, além de água, adubo, tema de nosso próximo artigo.

HUMILDADE DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

É sabido que a palavra “humildade” vem do Latim “humus” que significa “filhos da terra”. Quando Deus disse a Davi que Ele o tinha escolhido para ser rei, Davi prostrou-se diante de Deus e exclamou: "Nada fiz de merecedor, todas as minhas realizações foram inteiramente as Tuas ações". Davi foi humilde porque sabia que quem é humilde cresce sempre e quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.

Esta introdução é dirigida a todos aqueles que servem ao Poder Público e que no dizer de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO recebem a denominação de Agentes Públicos. Em sendo assim, estão englobados nesta expressão desde o Chefe do Poder Executivo até os contratados.

O saudoso Prof. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello em preciosa monografia intitulada “Teoria dos Servidores Públicos”, encartada que foi na Revista de Direito Público, vol. 1, p. 40, afirmou que os agentes públicos podem ser divididos em: agentes políticos (Prefeito e Vereadores no município), servidores públicos (Secretários e demais funcionários remunerados) e colaboradores do Ente Estatal (concessionários e permissionários de serviços públicos etc).

Secretário, como se vê, é Servidor Público. Servidor, em informática, é um sistema de computação que fornece serviços a uma rede de computadores. Servidores Públicos são prestadores de serviços, jungidos à Administração Pública e em razão disso arcarão com responsabilidade, em caso de uma conduta incompatível com as regras jurídicas, podendo, até mesmo, figurar no pólo de autoridade coatora em impetração de mandado de segurança.

Ao se elencar o plano dos deveres funcionais do Secretário e dos demais Servidores Públicos (imprescindível para a abordagem da questão da qualificação do atendimento ao Público), o mesmo deve pautar-se pelos seguintes prismas:

1. Quanto à legalidade: onde há de observar as normas legais e regulamentares, principalmente à conformação delas com a Constituição Federal, cujos princípios haverão de ser o parâmetro para a interpretação dos demais dispositivos legais.

2. No que tange ao aspecto comportamental: pautar-se com um agir compatível com a moralidade administrativa; bem como levar ao conhecimento do superior hierárquico as irregularidades, omissões ou abuso de poder e, por fim, cumprir ordens do superior, salvo se forem manifestamente ilegais.

3. Em relação ao serviço público especificamente: ser leal com a instituição a que serve; exercer com zelo e dedicação as suas atribuições; ser assíduo e pontual; envidar esforços pela economia do material, guardar sigilo sobre o assunto da repartição.

4. Em relação ao público: atendê-lo com presteza e urbanidade. Ao negritarmos este item o fizemos porque é o tema central deste trabalho.

Nunca é demais ressaltar que no campo do dever funcional de bem atender os administrados, além dos princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, insertos no art. 37, caput, da nossa Carta Política, sinalizados estão outros princípios que visam a um bom nível de atendimento por parte dos servidores públicos. Como exemplo, temos:

1.º - A cortesia e a boa vontade que caracteriza o esforço do servidor pela boa assimilação do contido no conceito de disciplina;

2.º) Evitar tratar mal uma pessoa que paga seus tributos, direta ou indiretamente, pois isto pode causar-lhe um dano moral com prejuízo futuro para a administração;

3.º) Deixar o servidor que pessoas fiquem esperando-o, sem justa causa, e, por isso mesmo, ocasionar longas filas, ou qualquer outra forma de atraso na prestação do serviço, equivale, não só a um desvio ético, mas, igualmente, um grave dano moral aos usuários do serviço público em questão sendo causa, também, de capitulação no delito de improbidade.

4.º) Deve, o servidor público, ao lidar com os usuários, respeitar as limitações individuais de cada um, sem qualquer espécie de preconceito.

5.º) Manter-se atualizado com relação às instruções e normas que regem a atividade pública, retirando dúvidas, se existentes, junto ao setor jurídico especializado;

6.º) É vedado ao servidor deixar de utilizar-se dos avanços técnicos e científicos a seu alcance para o atendimento de seu mister.

7.º) A explicitação dos atos administrativos haverá de vir em despachos fundamentados, sob pena de nulidade. Sobre a motivação, em atos administrativos, cumpre lembrar que é ela quem traduz o motivo da prática deles, e, sabidamente, o motivo é um dos requisitos estruturais da própria essência dos atos administrativos.

Estas regrinhas, por simples que sejam obrigatoriamente tem que ser respeitada. E quando elas são desrespeitadas por um secretário ou chefe de setor, que tem a obrigação de dar o bom exemplo, a falta torna-se mais grave.

Qualquer funcionário, só pelo fato de ser graduado ou de ter trabalhado em multinacional, ou mesmo pela simples razão de ser empresário de sucesso, não está desobrigado de respeitar o contido no art. 37, caput, da nossa Carta Política e, por via de conseqüência, de cumprir as sete regrinhas acima.

Inadmissível, portanto, que um Servidor Público, falte com o respeito a um cidadão, seja ele quem for. O Servidor Público tem todo o direito de ter suas simpatias e preferências em termos de parentes, de amigos e de times de futebol. Todavia, em se tratando de assuntos da administração pública, sob sua responsabilidade, ele não pode ter preferências nem simpatias e a todos tratar igualitariamente com cortesia e boa vontade, evitando tratar mal as pessoas, mesmo que seja para dar um não. Deve ser humilde sem subserviência. Não deve ser arrogante nem prepotente.

E se o Servidor Público é orgulhoso, arrogante, prepotente, conta muitas vantagens, adula a imprensa para ser capa de jornal, considera-se a peça mais importante da engrenagem, deve ele ser advertido de sua real importância.

Afinal de contas ele precisa saber que chefes e subordinados, ricos e pobres, somos todos “filhos da terra” e um dia viraremos adubo. Não deve ele esquecer que a palavra “humildade” vem do Latim “humus”...

segunda-feira, 23 de março de 2009

LAGO DE MOXOTÓ: SUA EXPLORAÇÃO

INTRODUÇÃO:


É sabido que as infra-estruturas urbana e turística estão na base da atratividade dos lugares para o turismo, considerando-se, inclusive, suas modalidades ditas alternativas (ecológico, de aventura etc). O município de Glória teve submersas suas melhores áreas agricultáveis. Em contrapartida ganhou uma represa (Moxotó) que convenientemente explorada poderá compensar a perca das terras antes destinadas a agricultura.

Maria Tereza Luchiari afirma que “as paisagens turísticas, por sua vez, não existem, a priori, como um dado da natureza” e Rita de Cássia Cruz, em sua preciosa obra “Política de Turismo e Território” conclui: “Diferentemente das paisagens urbanas, das paisagens rurais, das paisagens industriais... as paisagens turísticas não são caracterizadas por um sistema de objetos que lhe seja particular, específico. As paisagens turísticas derivam da valorização cultural de determinados aspectos das paisagens, de modo geral, e, nesse sentido, toda paisagem pode ser turística.“.

Ora, se toda paisagem pode ser turística, Glória tem uma das melhores paisagens do mundo.


EXEMPLOS DE ÁREAS TRANSFORMADAS:

É ponto pacífico que o turismo concorre para o processo de transformação dos territórios para seu uso, e sua força é dada por sua capacidade “de criar, de transformar e, inclusive, de valorizar, diferentemente, espaços que podiam não ter valor no contexto da lógica de produção... (Daniel H. Nicolas in ”Teoria y práxis del espacio turístico”. México, 1989, apud Rita de Cássia Cruz op. cit. Pág, 17).

Quem visita Buenos Aires é convidado pelos agentes de turismo receptivo a fazer o passeio no Trem de La Costa e, em Tigre, no delta do Rio de La Plata, a fazer um passeio de escuna ou catamarã onde são mostradas as casas construídas nas margens do rio. Os turistas pagam caro para ver a casa dos ribeirinhos. A visão geral é muito bonita.

É verdade que não podemos comparar, atualmente, a realidade de Buenos Aires com Paulo Afonso nem a de Glória com Tigre. O exemplo retro citado de Tigre, na Argentina, foi em função da exploração do Rio de La Plata que ensejou, depois, a implantação de resorts, parques de diversão, shopping - center etc. Ou seja, é uma localidade em que o processo de urbanização foi, ao mesmo tempo, um processo de urbanização turística do lugar. Outras localidades turísticas criadas a partir de projetos urbano-turísticos planejados e tidas como paradigmas, são Cancún, no México, e Las Vegas, nos Estados Unidos.

Também como exemplo de transformação de território turístico com aproveitamento de represas para fins de exploração de esportes náutico merece destaque as cidades de Avaré, com a “Represa de Jurumirim” e Bragança Paulista, com a “Represa de Jaguari”, ambas no Estado de São Paulo. Lá são praticadas competições a mais diversa quer seja de esqui-aquático, Wind-surf, motonáutica, as tradicionais velas e canoagem, atraindo, sempre, grande número de turistas.

Quando estamos viajando de Aracaju para Paulo Afonso, via Canindé do São Francisco, surpreendemo-nos com a quantidade de ônibus e vans com turistas provenientes de Xingó, numa prova de que Piranhas, em Alagoas e Canindé do São Francisco, em Sergipe, souberam transformar aquela região em um território turístico. Esses mesmo turistas poderiam chegar até Paulo Afonso. Paulo Afonso nunca demonstrou interesse neles. Glória pode demonstrar.


É sabido que o tempo de um governo é pouco para a transformação de um território com o gravame de que, muitas vezes, a descontinuidade político-administrativa impede a consecução de qualquer política ou plano de médio e longo prazo. Mesmo assim, os megaprojetos turísticos Costa Dourada, em Pernambuco, e Linha Verde, na Bahia, são exemplos de urbanização turística planejada centrada na implantação de infra-estrutura hoteleira, sem equivalente no Brasil e que tiveram continuidade mesmo com descontinuidade política.

No caso da cidade de Glória, em termos de turismo, inicialmente há a perspectiva de revitalização do logradouro “Balneário Recanto das Águas” que, sabemos, é importante, mas, não é o suficiente. No Lago de Moxotó e em sua margem existe todo um potencial turístico inexplorado.


MOXOTÓ: O RESGATE DE UMA DÍVIDA SOCIAL.

Nunca é demais ressaltar que toda a margem ribeirinha do Município de Glória foi violentamente prejudicada na década de setenta quando suas melhores terras (e a cidade, inclusive) ficaram submersas para implantação do Lago de Moxotó. Naquela ocasião seus moradores tiveram as benfeitorias indenizadas, mas a terra, não.

Mais de 660 hectares de terras férteis, de primeira qualidade, enriquecidas que foram pelo húmus das enchentes do Rio São Francisco ao longo de séculos, foram submersas. Caso referidas terras tivessem sido indenizadas, seu valor a preço de hoje giraria em torno de R$ 7.920.000,00 (sete milhões, novecentos e vinte mil reais) que o Governo Federal, através da CHESF, deixou de despender. Portanto, o que for feito, hoje, pelo Governo Federal, seja na Quixaba, Freitas, Porto da Serra e demais localidades da margem do Lago de Moxotó será, simplesmente, nada mais, nada menos, que o resgate de uma dívida social.

O jornalista Jânio Soares, atual Secretário de Turismo do Município de Paulo Afonso, em seu artigo “A Noite dos Filhos Ausentes“, escreveu:
Glória, para quem não é da região, foi à cidade que mais sofreu com uma das primeiras transposições do rio São Francisco. É tanto que se alguém comentar com seus moradores mais antigos sobre essa de agora, muitos darão de ombro, franzirão a testa e dirão: “pior foi à outra”. A outra, a que eles se referem, aconteceu no inicio dos anos 70 quando a Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco) desviou as águas do rio para que fosse construída a barragem de Moxotó e a usina Apolônio Sales, o que ocasionou o desaparecimento definitivo da centenária cidade. Na ocasião, os glorienses viram toda a sua história e seus sonhos irem, literalmente, por água abaixo, sem sequer uma orientação sobre o que estava realmente acontecendo. Aliás, o que ocorreu por aqui foi de uma violência tão absurda e inexplicável, que até hoje a população não entende muito bem como o mesmo rio que carinhosamente lhe lambia as costas foi capaz de lhe tirar a vida.

Embora divirjamos politicamente do jornalista Jânio Soares, somos forçados a reconhecer que ele tem razão, todavia, quando ele foi secretário de turismo de Glória, nada, absolutamente nada fez, em benefício desse mesmo povo.

E hoje, o que é feito da população ribeirinha do Lago de Moxotó?...

Se olharmos para as crianças, todas sabem nadar, mas não nadam. Não praticam esporte algum e quando vão para o Lago é para tomar banho ou pescar para ajudar aos pais. Estudam pouco e freqüentam a escola o suficiente para os pais receberem o bolsa-família. Quando chegam aos dezoito anos saem para o sul do País e, quando são bafejados pela sorte, conseguem vaga no setor da construção civil e transformam-se em ajudante de pedreiro. Raras são as exceções.

COMO O GOVERNO FEDERAL PODERÁ RESGATAR A DÍVIDA :


O Governo do Presidente Lula ao implantar o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento tem dado ênfase à infra-estrutura urbana e o Município de Glória não pode ficar de fora. Por esta razão, ao se elaborar a proposta de política para o turismo em nosso Município enfatizamos, também, e, sobretudo, a infra-estrutura das localidades beneficiadas.

A partir da revitalização do Balneário “Recanto das Águas”, poder-se-ia desenvolver um trabalho com vista a exploração do potencial turístico do Lago de Moxotó com implantação de Centros Turísticos em Porto da Serra, Freitas e Quixaba, por exemplo.

Nessas localidades seriam construídos quiosques para comercialização de produtos artesanais, camisetas, bonés e apetrechos os mais diversos para a prática de esporte náutico, bares e restaurantes. (Em Porto Seguro os índios Pataxós montaram o “Patashopping” para comercializarem seus produtos).

Toda a região seria beneficiada com serviços de abastecimento dágua, esgoto, recuperação da iluminação, reforma ou feitura de calçamento, construção de praças etc., pois, como afirma Sanchez, “a grande maioria das pessoas que fazem turismo são originária de centros urbanos e buscam como turistas, o atendimento de necessidades urbanas trazidas de seus lugares de origem”.

A implantação de escolas para treinamento de esportes náuticos nos povoados de Freitas e Porto da Serra beneficiaria a população local que aprenderiam a praticar esportes náuticos e depois serem instrutores. Estas escolas seriam operadas, inicialmente, por pessoas experientes trabalhando inicialmente na formação de instrutores, recrutados junto a moradores das próprias localidades que, depois, iriam instruir os turistas a praticarem Wind-surf, canoagem etc., sempre com a realização de eventos os mais diversos, capazes de atrair turistas do mundo inteiro.