sábado, 31 de dezembro de 2011

PRAÇAS DE AUTO-AJUDA

Várias pessoas estão me indagando qual a melhor praça para dar pipocas aos pombos. Sinceramente é difícil de responder. A primeira alternativa seria a Praça de São Marcos, em Veneza. Todavia existem três restrições que julgo altamente importante.

A primeira restrição é ao fato de que na Praça de São Marcos praticamente não há bancos para você se sentar e a segunda é que a Prefeitura de Veneza editou uma lei considerando crime dar comidas para os pombos.

Mas, mesmo se a praça tivesse bancos e fosse permitido dar comida aos pombos a terceira restrição seria fatal. Já pensou no fato de que você poderia estar sentado na praça e de repente ver ao seu lado o Diogo Mainardi?... Aí a sua auto-estima, já abalada, iria para a parte mais funda do fundo do poço.

Outra opção que pensei foi a Praça Vendôme em Paris que é uma das mais bonitas da cidade. Pequena, simples, limpa, nem árvores possui. Ai reside o primeiro problema. Não tem arvore, não tem banco nem pombos. O segundo problema é que mesmo se tivesse bancos e pombos você poderia optar em subir na Torre Eiffel, fazer compras na Avenida dos Champs Elisée ou simplesmente andar pelo Jardin des Tuilleries. Ou seja, Paris não é indicada. O objetivo da terapia é dar pipoca prá pombos.

Ainda em termos de praça teríamos como opção a Praça de Maio em Buenos Aires que ainda é o epicentro de acontecimentos de grande importância para a cidade e o país. É lá que várias mães se reúnem com fotos de seus filhos desaparecidos quando da ditadura militar e pedem notícias dos mesmos.

Mas a praça tem pouquíssimos bancos e não me lembro de ter visto pombos por lá. Além do mais, você pode querer dançar um tango, andar pela feira de San Telmo ou fazer compras na Calle Florida se esquecendo das pipocas mas se lembrando de comer um suculento bife de chorizo acompanhado de um excelente vinho. Fuja de Buenos Aires.

Eu não conheço a Praça Raposo Tavares, em Maringá, no Paraná. Dizem que tem muitos pombos mas não falam em bancos de praça. Se você quiser conhecê-la sugiro que dê uma esticada até Foz do Iguaçu e depois vá até Curitiba, mas não se esqueça das pipocas.

Perigoso, também, é você ir até a Praça da Sé, em São Paulo. Também não a conheço mas dizem que lá tem muitos pombos. O perigo reside no fato de que você estando na praça pode ter vontade de ir até um botequim e lá se encontrar com Gustavo Pedrosa. Será catastrófico.

Você não vai resistir. Vai tomar vinho, cerveja, cachaça, ouvir poesias e mais poesias, comer todos os tipos de tira-gostos e, o que é pior, até suas pipocas entrarão para o cardápio.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SOBRE LIVROS DE AUTO-AJUDA

Hoje eu vou falar para vocês sobre os livros de auto-ajuda que não li e sobre aqueles que tive a oportunidade de folhear.Livro de auto-ajuda, vocês sabem, é aquele que ajuda o autor e editor a sair da miséria. Se vocês prestarem atenção todos os livros intitulados de auto-ajuda chamam vocês de incompetentes, burros, preguiçosos, errados e dizem, ainda, que com os livros de auto-ajuda você dá a si mesmo a chance de encontrar o conhecimento que lhe falta para reconstruir sua auto-estima. Ou seja, para eles sua auto-estima está abalada, você é um complexado, nada dá certo...

Tem um tal de Deepak Chopra que escreveu um livro intitulado “O Caminho Para a Felicidade Suprema” onde vocês aprendem, na página 89, que “ATENÇÃO PLENA” quer dizer “PRESTAR ATENÇÃO”. Genial. Aprendem, também, lendo a quarta chave (pág. 67) que vocês devem desistir de ter razão porque “TER RAZÃO IMPLICA QUE ALGUÉM DEVE ESTAR ERRADO”...

Eu não desistirei nunca de ter razão. Mesmo que eu esteja errado eu terei razão porque meu erro não terá sido voluntário. O fato de eu estar errado justifica o fato de eu não ter razão. Por conseguinte, eu estarei certo em não ter razão porque eu errei quando estava errado. Ou seja, mesmo errado e sem razão eu estava certo. Esta é a lógica da vida. Tudo tem sua razão de ser.

Por exemplo, se você pensa que está decepcionado, que sofre de um complexo qualquer, que pensa que tudo que faz dá errado e começa a ler um livro de auto-ajuda você acha que necessita de apoio quando, na verdade, você não precisa de apoio, vez que o simples fato de você começar a ler um livro já é prova suficiente de que sozinho tem condições de superar as adversidades, seja lendo um livro de auto-ajuda seja lendo um livro de Balzac.

O ideal para os casos em que as pessoas pensam que precisam de livros de auto-ajuda é que elas saibam que realmente deles não necessitam. Se pensarem que precisam, tal fato, por si sós já é um dado altamente precioso porque estão pensando. Se estiverem a pensar devem pensar com seus próprios pensamentos e não com o pensamento dos outros.

Por isto recomendo que se vocês estão decididos a gastarem vinte ou trinta reais na compra de livros de auto-ajuda, peguem o dinheiro e comprem sacos de pipoca. Sentem-se em um banco de praça e comecem a comer pipoca. Se tiver algum pombo dê pipocas para eles e não se acanhem de oferecer pipocas para seu vizinho de banco.

No fim da tarde você sairá da praça alegre e feliz da vida cantando qualquer música. Zé Geraldo tinha uma música que dizia; “... e eu aqui na praça dando milho aos pombos...”. Faça como ele de uma maneira mais sofisticada. Ao invés de milho dê logo a pipoca pronta e seja muito feliz.

(Notou que se eu escrever sessenta páginas iguais a esta já posso publicar um livro de auto-ajuda?... Vou comprar um saco de pipoca para pensar na próxima página.)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LEMBRANÇAS DO DR.XAVIER

Quero lembrar o Dr. Xavier sempre pelos bons momentos que vivemos. Por esta razão irei contar alguns fatos que contribuiram para aumentar sempre a minha admiração por ele.

O DIREITO E O CURRAL DE BOI

Certo dia um cidadão procurou o Dr. Xavier e disse:

- Doutor, eu estive na cidade de Guarabira e um advogado falou que eu perderia a questão. O negócio é o seguinte: Vendi um gado e o comprador não me pagou. O advogado disse que como eu só tenho prova testemunhal o máximo que eu posso cobrar são dez salários mínimos. O camarada me deve mais de cem salários mínimos.

Dr. Xavier então perguntou:
- Você tem testemunha do negócio feito?

Como o cidadão afirmou que sim, Dr. Xavier disse que aceitava a questão, mas não garantia o resultado. Quando ficamos a sós, eu disse:

- Mas Doutor, realmente o código diz que a prova somente testemunhal só é admissível para questões até dez salários mínimos.

Dr. Xavier falou: (ele me chamava de Fernandes)

- Ora Fernandes, se o código admite exceção para negócios feitos em quarto de hotel, imagine para negócio feito em curral de boi...

Deu uma gargalhada e arrematou:

- Essa questão a gente vai ganhar.

Ganhou. No meu entender foi, dentre muitas, a mais brilhante vitória que Dr. Xavier obteve no Tribunal de Justiça da Paraíba. Toda a tese teve como embasamento a exceção prevista no inciso II do art. 402 do CPP.


DR. XAVIER E O AVANÇO DA TECNOLOGIA

Nos idos de 1978 não tínhamos computador nem xerox. As petições eram datilografadas e para cada cópia uma folha de carbono. A gente procurava esmerar na estética da petição. A margem direita da linha tinha sempre seu alinhamento (hoje utilizamos o recurso “justificar” no Word). Naquele tempo era um exercício de paciência. Um erro e tínhamos que refazer toda a petição.

Certo dia, estávamos conversando, e ele falou que vários juízes e pessoal de cartório o parabenizavam pela qualidade do trabalho. Claro que eu também ficava envaidecido. Falei então para ele:

- A IBM lançou uma máquina elétrica com corretivo e esferas para cada tipo de letra. Uma esfera (tipo arial) pode ser utilizada no normal da petição, outra esfera (tipo courier) para citações de jurisprudência, outra (verdana) para doutrina e a itálica só para o latim. Depois de pronta a petição a gente grava e tira quantas cópias quiser.

Ele perguntou sobre o preço e eu disse que não sabia. Voltei para o Recife e Beth ficou em Belém. No outro final de semana Beth voltou para Recife e Dr. Xavier veio com ela. Quando ele chegou lá em casa, para minha surpresa falou:

- Amanhã vamos comprar aquela máquina.

A máquina foi um sucesso. Dr. Xavier dizia que até no Tribunal estava recebendo elogios pelas petições feitas. Certo dia ele pediu para eu ir urgente até Belém. Ele precisava ajudar na defesa de um Juiz que havia sido denunciado ao Tribunal.

O Juiz (muito amigo da família) já havia elaborado a sua defesa e o Dr. Xavier não estava gostando. Achava que estava faltando alguma coisa. Modificou o que achava que devia modificar e acrescentou muita coisa. Passamos o sábado trabalhando na peça e quando foi à noite o Juiz foi até a casa de Dr. Xavier.

Ao ver a petição com citação de jurisprudência de um jeito, doutrina de outro e latim em itálico exclamou:

- Xavier, não preciso nem ir ao Tribunal, posso até não me importar mais com a representação, porque depois que esta petição chegar ao Tribunal desembargador nenhum vai ter coragem de dizer que ela está feia ou tem defeitos.

A representação foi arquivada por unanimidade.



DR. XAVIER E OS LIVROS

A biblioteca do Dr. Xavier fazia inveja a muita gente e, claro que a mim também. Livro para ele não era enfeite de estante. Era para leitura mesmo. Lia e sublinhava aquilo que achava interessante. Eu admirava a sua memória. Muitas e muitas vezes a gente estava conversando sobre determinando assunto e, por exemplo, se eu dissesse que na petição estava faltando uma jurisprudência ou citação doutrinária, ele lia a petição e dizia:

- Já sei onde encontrar.

Procurava o livro, brigava com Dona Maria, com Lindalva e quando achava o livro o abria na página que queria. Lá estava o que buscava devidamente sublinhado. Dezenas de vezes tal cena se repetiu. Em todas, em todas, repita-se, ele acertava.

E mais admirável, ainda, é que dizia antecipadamente se era de Orosimbo Nonato, Clóvis Bevilácqua, Washington Monteiro ou quem quer que fosse. Era uma memória prodigiosa. Sinto saudades.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MINHA POESIA

Tenho o costume de ler a coluna de Cláudio Humberto e quase todo dia num cantinho ao lado, leio:

"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."
Martin Niemoller = 1933

Na internet, em Wikipédia, consta que Niemöller é o autor de uma das mais célebres poemas, “E Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do Nazismo na Alemanha:

"Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"

Creio que o Cláudio Humberto deve ter feito alguma adaptação.

Outro dia, pesquisando na internet deparei-me com uma sentença de lavra da Dra. MARIA ZUILA LIMA DUTRA, Juíza Federal do Trabalho - Titular da 5ª Vara de Belém, onde ela, inspirada, fundamentando sua decisão, escreveu:

“Neste sentido, recordo-me da poesia NO CAMINHO COM MAIAKOWSKI, de autoria de EDUARDO ALVES DA COSTA, um dos maiores poetas brasileiros do século XX que soube expressar como poucos a angústia e o medo que sentimos em face de ameaça à liberdade de expressão, que sintetiza e reflete muito bem o silêncio diante da discriminação”:

"Na primeira noite eles se aproximaram, e colheram uma flor de nosso jardim e não dissemos nada.
Na segunda noite, já não se esconderam: pisaram as flores,
mataram nosso cão, e não dissemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta...
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada."

A mensagem que estes versos trazem, são idênticas. Visíveis de plano, diferem apenas, no horário do fato. Resolvi, então, fazer a minha poesia. Lá vai:

Um dia, o governo criou a Derrama, Tiradentes protestou, foi enforcado, e não dissemos nada.
Depois o governo criou o Imposto de Renda, ninguém foi enforcado porque não dissemos nada.
Noutro dia, o governo criou o IOF e depois inventou o Imposto do Cheque e mais uma vez não dissemos nada.
Agora que nosso dinheiro é devorado pela corrupção, não podemos dizer nada porque nunca dissemos nada.

Agora eu quero dizer algo. Tu dizes comigo?...

domingo, 30 de outubro de 2011

A RÁDIO TALISMÃ

Hoje a minha crônica vai ser diferente. Vou falar da Rádio Talismã que fica em Belém, Paraíba, a terra de Beth. Belém, para quem não sabe, teve o pai de Beth, meu querido sogro Manuel Xavier de Carvalho, como seu prefeito por duas vezes. Ainda é uma liderança política no Município.

A mãe de Beth, Maria Lira, minha sogra de saudosa memória, já foi candidata à prefeita, era tabeliã e também uma grande liderança. O irmão de Beth, meu cunhado Wellington, também já foi prefeito e atualmente a representação política da família é feita por Betânia, vereadora e cunhada de Beth, casada com meu cunhado Laplace. Eu, mesmo não sendo nada, tive a honra de ser contemplado com o título de Cidadão Belenense por iniciativa de meu amigo ex-Vereador Maurício, com aprovação unânime da Câmara. Daí a razão de nossa ligação com Belém que é a cidade onde hoje moram vários irmãos de Beth, como Oneil, Laplace, Savigny, Raquel, cunhadas e sobrinhos.

Aqui em Porto da Serra, na margem do Rio São Francisco (distante de Belém quase seiscentos quilômetros), na sexta à noite, eu e Beth gostamos de tomar uma cervejinha e ligar o computador na Rádio Talismã de Belém. Cada propaganda nos faz lembrar uma rua, uma pessoa, um determinado momento de nossas vidas. Pelo computador nos comunicamos com o apresentador que só conhecemos por foto e pela voz (bonita por sinal), o Júlio César no programa “Emoções” que vai ao ar a partir das vinte horas.

A Rádio Talismã tem um excelente repertório musical e uma grade de programação com bastante influência em toda a região do Brejo Paraibano e do Rio Grande do Norte. Pelo que inferi ao ver o site, a emissora pertence ao grupo político do ex-prefeito Tarcísio Marcelo, por quem temos grande apreço, juntamente com seus irmãos Ullimar e o Deputado Ricardo. (Não vamos falar em política).

Na sexta última, dia 28, voltamos a falar com o Júlio Cezar pelo computador. Mandamos um alô para o Vereador Báau e para a Vereadora Betânia. Aproveitamos para convidar o Júlio a visitar Paulo Afonso e região. Convite aceito e previsão para as férias dele.

Já estou bolando a programação da visita do Júlio que não pode ser menos de cinco dias. Lembrei-me que o Júlio poderia lançar um concurso em seu programa onde seria sorteado um casal que o acompanharia em sua visita a Paulo Afonso. No concurso o casal teria que responder a seguinte pergunta: qual a cidade do nordeste que ilumina a sua?... A resposta, claro, seria Paulo Afonso. Vou dar essa sugestão ao Júlio.

Seria bom que o ouvinte sorteado fosse de Belém. Afinal, Belém é nossa terra querida. Basta dizer que nossa família está assim homenageada:

a) Biblioteca Pública Municipal, homenagem prestada pelo nosso amigo Prefeito Roberto Flávio Guedes Barbosa, recebeu o nome Biblioteca Maria Lira, minha saudosa sogra e mãe de Beth;

b) Ginásio de Esportes, o Xaviezão, é uma homenagem a Manuel Xavier de Carvalho, pai de Beth;

c) Colégio Estadual Márcia Guedes é uma homenagem a uma estudante belenense assassinada pela ditadura militar, minha querida cunhada, irmã de Beth.

Só espero que não botem o nome do marido de Beth no cemitério.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PREFEITURA DE GLÓRIA - ÚLTIMA VEZ

È uma pena eu ter que voltar ao assunto da Prefeitura de Glória, mas devo voltar por uma questão de honestidade e para que aqui fique registrado o meu ponto de vista. Logo quando a Dra. Ena Vilma foi eleita eu pensava que ela iria convidar o Dr. Antônio Martins para ser o Procurador do Município. O Procurador é tido como o guarda-costas do prefeito e o Dr. Antônio Martins era a pessoa ideal para arrumar juridicamente a casa, fazendo as sindicâncias e auditorias necessárias para apuração das irregularidades e responsabilização dos culpados.

Afirmei na época que se preciso fosse, ele poderia contar com todo meu apoio onde eu o ajudaria de graça durante os seis primeiros meses e depois sairia, pois não quero mais ser empregado de ninguém. Trabalharia de graça porque como amigo daria minha parcela de colaboração com vista ao êxito da administração. Dr. Antônio Martins não foi convidado, Beth foi nomeada para a Assistência Judiciária e sempre que necessitaram do meu apoio eu estava presente.

Nesses quase três anos de mandato, sempre que notei alguma irregularidade levei ao conhecimento de Nivaldo por entender que ele era a segunda pessoa da Prefeita em assuntos de administração. Irregularidades às vezes sérias. Veio à tona agora o assunto da “prefeitinha”. Chegou a hora da Prefeita dar um basta.

Se eu fosse ela faria funcionar um setor de recebimento de material no almoxarifado. Todos os produtos adquiridos pelo Município teriam que ser recepcionados pelo almoxarife, registrado sua entrada e, logo depois, remetidos ao seu destino final, com baixa do produto. Se o produto estivesse incompleto, com prazo de validade vencido, não obedecesse às especificações do contrato, o responsável seria o almoxarife que, por isso mesmo, teria de ser pessoa de reconhecida honestidade e de extrema confiança, mas que, mesmo assim, deveria ser auditado duas vezes por ano em momentos incertos.

Só com isto, ela teria certeza de que os remédios adquiridos pelo Município de Glória estariam sendo entregues em sua totalidade e não pela metade. Ela saberia, realmente, se o Vereador Paulo Gomes e o Servidor Público Dorgival de Araújo Melo entregaram ao Município as laranjas que se comprometeram em fornecer através de interposição da COPAG. Ela ficaria sabendo se as cestas básicas estavam sendo fornecidas completas e em todo seu quantitativo ou se estavam repetindo o mesmo procedimento adotado na gestão de Policarpo.

Todo cuidado é pouco. Já disse isto antes. Mas é a pura verdade. Ela tem na Prefeitura pessoas dignas de confiança que estranharam a ascensão da “prefeitinha”, mas se calaram com medo de perder o emprego.

Eu mesmo estava no gabinete (não estava querendo emprego), logo após a posse, e vi a Prefeita de viva voz falando para a Dona Jeane que ela não seria mantida no quadro de pessoal de confiança. Não sei a razão da mudança, mas sei que errar é humano e a Prefeita sabe que errou. Logo, deve ela aproveitar o ensejo e corrigir as distorções.

Em tempo: Quando falei acima no Vereador Paulo Gomes e no Servidor Público Dorgival de Araújo Melo a respeito da entrega das laranjas, quero ressaltar que para o caso não há impedimento legal. O impedimento é ético. Só não acredito que eles tenham laranja para vender.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CUIDADO COM OS LARÁPIOS

É conhecimento público a existência de suspeita de desvio de verbas públicas tendo culminado com o afastamento da “ex-prefeitinha” do Município de Glória. Meu entendimento é de que se realmente ficar comprovado que houve fraude na folha de pagamento alguma responsabilidade, por omissão, deve ser imputada, também, aos Secretários de Administração, Finanças e, sobretudo, ao Controlador.

É sabido e ressabido que o controle, acompanhamento e monitoramento de folha de pagamento de uma prefeitura do porte da de Glória pode ser feita por qualquer servidor que saiba trabalhar em uma planilha como a do excel, por exemplo, e quase todos sabem. Não necessita de programa de alta complexidade.

A folha de pagamento original do salário base, numa coluna, é igual à de todos os meses só sofrendo alteração com admissão, demissão ou afastamento. Noutra coluna, adicional por tempo de serviço, os percentuais só sofrem alteração quando um servidor completa mais um ano naquele mês e depois de lançado em sua ficha funcional. Alterou a coluna de salário base, automaticamente altera-se a de tempo de serviço. Do mesmo modo, básica é a coluna de salário família, coluna de FGTS, de INSS Empregado, de INSS empregador etc. É uma planilha quase que padrão.

Em outras colunas são lançados os valores variáveis que mudam mês a mês e dever ser rigorosamente monitorados, de horas extras, ajuda de custo, regência de classe, desdobramento, etc. É um programa simples que todos têm a obrigação de fazer sem precisar de AFINCO. Mas para a AFINCO a prefeitura tem que pagar por fora cursos para seus empregados aprenderem a operar o programa da AFINCO.

Se o Controlador tivesse cumprido seu dever já no primeiro mês teria notado que o valor lançado originalmente foi alterado indevidamente. Também no primeiro mês o Secretário de Finanças, sabendo quanto teria que ser disponibilizado originalmente para a folha daquele mês, teria notado, também, a sua alteração. De igual modo o Secretário de Administração, o meu amigo Alcântara, que tem o controle quantitativo dos servidores a seu dispor. Será que foram omissos? Creio que sim.

Fiquei sabendo dos poderes exorbitantes de tal “prefeitinha” há uns sessenta dias atrás. Pelo que fui informado, até Nivaldo foi obrigado a aderir a ela. Será que todos tiveram medo de enfrentar a “Prefeitinha” ante o “poder” equivocadamente a ela dado? Creio que não e creio que sim.

Mas por que pecaram por omissão?... Será que por comodismo não quiseram enfrentar a “prefeitinha” e muito menos a toda poderosa AFINCO. É provável que estivessem desgostosos, pois ao serem empossados eram o primeiro escalão do governo e de uma ora para outra, com a “eleição” da “prefeitinha”, passaram para o segundo.

Não conheço o Controlador, mas conheço o Secretário de Finanças e o de Administração os quais reputo pessoas honestas. Todavia, ao aceitarem as imposições da AFINCO e se submeterem as ordens da “prefeitinha” deixaram de ser secretários e passaram a ser chefes de departamento.

Entretanto, no meu entender, a maior omissão foi da empresa AFINCO CONSULTORIA. Não sei por que os prefeitos gostam tanto de contador e de advogado/contador. Ao responsabilizar a AFINCO CONSULTORIA tenho como embasamento várias afirmativas de que a AFINCO disse isso, a AFINCO afirmou que era para resolver assim, a AFINCO mandou fazer assado etc...

A finco em rude português quer dizer na marra. Ora, o controle da folha de pagamento, que ela deveria ter feito, não fez. Ela tem o acompanhamento do RREO – Relatório Resumido de Execução Orçamentária. Bastaria um simples confronto entre os mesmos para se obter o primeiro sinal de alerta.

O Deputado Mário Negromonte afirmou que em Glória a Prefeita não rouba nem deixa roubar. Concordo plenamente. Se ela deixasse roubar não teria afastado a “prefeitinha”. Mas a Prefeita Ena Vilma também errou. Errou ao abdicar de sua autoridade. Errou ao diminuir a autoridade dos seus secretários e errou ao delegar poderes à pessoa que não era digna de receber o múnus que lhe foi confiado. Erra também ao confiar cegamente na AFINCO.

Com certeza caberá a AFINCO a responsabilidade pela condução do processo de apuração das irregularidades apontadas pela imprensa. O que a AFINCO disser está certo. É estranho isso, vez que no meu entender, a AFINCO também deveria ser fiscalizada.

Ou melhor, a Prefeita Ena Vilma deveria mandar fiscalizar muita coisa. Mandar fazer Auditoria completa na Prefeitura. A então “prefeitinha” certa vez afirmou que os critérios exigidos em determinada lei não eram observados. Não é possível. Cria-se a lei e a ela não se obedece. Se os critérios estabelecidos pela lei não são observados por qual razão em certos casos professores tem seus salários dobrados? Ao arrepio da lei? Fazem parte do esquema da “ex-prefeitinha”?

Quando da posse do atual Procurador do Município o mesmo foi informado de que algo suspeito estava ocorrendo e que ele deveria apurar. Na época, havíamos detectado a existência de servidor com dois contracheques de valores diferentes para um mesmo mês. Já em outros meses a mesma pessoa com dois contracheques de valores iguais, mas com impressão dos contracheques diferentes. Eram dois contracheques. Isto não é normal. Pode ser que seja “normal” para a AFINCO.

Vá ver que foi da AFINCO a idéia de criação de uma Secretaria Especial para esvaziar o poder dos secretários. Vá ver que foi da AFINCO a elaboração do Projeto de Lei. Vá ver que foi da AFINCO a escolha da Secretária Especial, quem sabe, velha companheira de gestões passada. E a Prefeita, na sua boa fé, aceitou. É uma pena que isto tenha acontecido. Cuidado amiga Prefeita. Não deixe que pessoas inescrupulosas e ligadas a adversários políticos ou pessoas inescrupulosas que se dizem seus amigos e correligionários venham a macular a sua administração. Apure com rigor e puna sem piedade.Glória está orgulhosa de sua administração, mas larápios existem.


Fernando Pimentel

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ELEIÇÃO DE 2012

Em junho passado fizemos uma análise da situação política de Paulo Afonso com vista as eleições de outubro do próximo, tendo como espelho a eleição de 2008, como se hipoteticamente todos os candidatos se tornassem novamente candidatos e tivessem a mesma votação. Naquela oportunidade, na nossa avaliação, o quadro se apresentava da seguinte maneira:

GRUPO DE MÁRIO, percentual de partida de 25,33% dos votos;
GRUPO DE ANILTON com PT (5,06%) e o poder: percentual de partida de 34,35% dos votos;
GRUPO DE RAIMUNDO (unido): percentual de partida de 23,67% dos votos;
PSDB: percentual de partida de 5,80% dos votos;
DEMAIS PARTIDOS: percentual de partida de 10,95% dos votos;

Merece agora uma nova análise ante o novo quadro político que se apresenta com a entrada do Prefeito Anilton Bastos no PDT e o enfático apoio a ele dado pelo Deputado Paulo Rangel.

Na avaliação atual o Grupo de Raimundo deixa de existir e passamos a considerar como Grupo de Oposição 2 sendo o Grupo de Mário o de Oposição 1.

Considerando que já estão praticamente definidos os grupos, colocamos todos os partidos pequenos como integrantes do Grupo de Anilton, inclusive o PV, sem Zé Ivaldo. Também naquele momento Paulo Sérgio era do Grupo de Mário e Marquinho do Grupo de Anilton. Hoje é o inverso.

O Grupo de Anilton ficou formado com a votação dada aos candidatos do PT - PDT - PPS - DEM - PRP - PSDC - PMDB - PTC - PRB - PTN – PV (sem Zé Ivaldo) mais os votos dados a Paulo Sérgio e Luiz Alberto.

O Grupo de Mário (Oposição 1), que na eleição passada foi formado pelo PP, PSC e PR recebeu a adesão de Aroldo (PTB), Adilson Ângelo (PT), Ângelo Carvalho (PRP), Delmiro do Bode (PHS), Ivan Dias (PMDB), Zezinho do INSS (PSB), Ivanete Avelino e Geraldo Alves (PCdoB), Ozildo Alves e Neumy José (PTN), Professora Quitéria (PV) e Maria do Carmo (PSB).

O Grupo restante do PCdoB, PSB e PSDB, denominamos Oposição 2, acrescido da votação dada a Zé Ivaldo.

Os Grupos ficaram assim:

Grupo de Anilton, com 23.996 votos ou 46,5%;
Grupo de Mário, com 14.145 votos ou 27,4%;
Oposição 2, com 13.486 votos ou 26,1%.

É importante destacar que na eleição passada o voto de legenda somou 5.713 votos com destaque para o DEM (2.305) e o PSB (1.541). Na próxima eleição o DEM não terá a força do 25 nem o PSB a força do 40. É provável que o destaque fique para o 11 ou o 12.

Eliminando o voto de legenda e computando apenas os votos dados aos candidatos o quadro muda significativamente. Vejamos:

Grupo de Anilton, com 20.563 votos ou 44,8%;
Grupo de Mário, com 13.615 votos ou 29,7%;
Oposição 2, com 11.736 votos ou 25,6%.

Como se vê, o Grupo de Mário sai bastante fortalecido. Mesmo assim, a única chance da oposição derrotar Anilton é se unindo. Possa ser que daqui até as eleições os Deputados Mário Negromonte e Mário Júnior consigam reverter a diferença em relação ao Grupo de Anilton, é muito difícil, por isto o entendimento com os demais integrantes da oposição é fundamental.

Na nossa opinião, mantendo o ponto de vista de que Màrio Junior não deve ser o candidato, a opção mais confiável para o Grupo de Mário é o nome de Antônio Martins. Não quero dizer com isto que o Partido não tenha outras opções. Tem e boas. Mas para a disputa que se aproxima temos que ter um candidato que faça com que a votação dos candidatos a vereadores seja quase que igual a sua. Val não conseguiu isto em 2008. Antônio Martins conseguirá e, eleito, não trairá o Grupo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TODO CUIDADO É POUCO

Alguns sites da região noticiaram hoje um desvio de verba pública na Prefeitura de Glória, tendo como principal suspeita uma pessoa de confiança da Prefeita. Desvio de dinheiro só ocorre com pessoa de confiança. Se não é de confiança não tem acesso a dinheiro.

Isto me faz lembrar de um pronunciamento feito dias atrás pelo vereador Paulo Gomes, através da Rádio Bahia Nordeste, não sei se do Plenário da Câmara, onde ele defendia a administração pública municipal, dizendo que em Glória não havia roubo. Sabemos que a Prefeita não rouba, isso é voz geral. Mas, logo depois ficamos sabendo que em Glória tinha uma “prefeitinha”.

Dias depois fomos orientados para conversar com a tal “prefeitinha” sobre uma determinada lei municipal, muito mal redigida, por sinal. Ela nos informou que dita lei já tinha vindo redigida da Secretaria de Educação e que a administração municipal não se envolvia na sua aplicação. Perguntamos se os critérios exigidos pela lei estavam sendo observados, ela disse que não. Pelo que entendi era de competência dela zelar pela administração daquilo que preceituava a lei. Afinal era ela que entendia do assunto.

Quando eu me despeço para voltar, digo uma despedida e saio. Quando penso em não mais voltar aperto a mão de todo mundo e vou embora. Nesse dia eu apertei. É uma pena que isso aconteça, mas uma coisa é certa, ninguém desvia sozinho dinheiro público.

NEM LEGAL, NEM MORAL

O radialista Bruno Brandão em seu portal eletrônico QUARTTO PODER escreveu:
“Oposição de nariz torcido - Ligado à oposição pelo partido, mas ligado à situação pela ideologia, quem já está de malas prontas para voltar às tribunas da Câmara é o vereador Paulo Sérgio (PP) que estava preso. Já se especula que a turma da situação está rindo à toa com a notícia, já que sai um de oposição (Dinho) e chega um de “situação””.

Prosseguiu assim:

“Dinho “deu mole” - Em conversa com um grande cacife da oposição, o site ouviu dele que Dinho “deu mole ao não pedir a exoneração do vereador enquanto este estava preso”. Segundo o cacife, Dinho precisava apenas da maioria simples para exonerar Paulo Sérgio. Agora é tarde!” (acho que o Bruno quis dizer Cacique).

E arrematou indagando:

“E a sociedade? - Agora resta saber como a população vai receber o vereador que vem direto das grades para ocupar a tão respeitada cadeira na Casa do Legislativo. É aquela questão: é legal? É. Mas é moral?"

Vamos deixar para mais a frente à análise da opinião do “grande cacife da oposição”.

Passemos logo para a pergunta final: É moral?... Taxativamente respondemos: Não, não é moral e muito menos legal. É verdade que o artigo 5° da Constituição Federal em seu inciso LVII estatui que: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Ou seja, a Constituição não diz que a pessoa acusada é presumidamente inocente. Ela não poderá ser considerada culpada até que passe em julgado sentença penal que a condene. Dizem os entendidos na matéria que, deste modo, fica consagrado um dos princípios basilares do Estado de Direito como garantia processual penal, visando à tutela da liberdade pessoal. Alguns erroneamente a denominam de “presunção de inocência”.

Mas em relação a uma pessoa que foi processada e ao final condenada a treze anos de prisão, mesmo não havendo o trânsito em julgado da decisão, contra essa pessoa deixou de existir a tal presunção de inocência e passou a prevalecer à presunção de culpa. Um juiz ao condenar uma pessoa o faz baseado em alguma prova. O Juiz que condenou Paulo Sérgio não decidiu por não simpatizar com Paulo Sérgio.

Não tenho condições de analisar a prova que embasou a decisão do Juiz ao decidir pela condenação. Mas enquanto a decisão de primeira instância não for desfeita, isto é, se a prova não for desconstituída, claro e lógico que a sentença será mantida.

Pertinente ao assunto o renomado processualista penal Paulo Rangel (não confundir com o amigo deputado) assim abordou: “Não podemos adotar a terminologia presunção de inocência, pois, se o réu não pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, também não pode ser presumidamente inocente. A Constituição não presume inocência, mas declara que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5°, LVII). Em outras palavras, uma coisa é a certeza da culpa, outra, bem diferente, é a presunção da culpa. Ou, se preferirem, a certeza da inocência ou a presunção da inocência”.(RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 3. ed., Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2000, p. 21).

Grife-se que o artigo 5°, inciso LVII, ao preceituar que “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” visou apenas à tutela da liberdade pessoal.

Por sua vez, o Hábeas Corpus como o próprio nome o diz, libera o corpo, e ao ser concedido restitui ao preso somente a sua liberdade e sob condições. Não deve fazer isso, não deve fazer aquilo. Hábeas Corpus não restitui emprego nem mandato eletivo. Ele é mandamental.

Acerca dessa mandamentalidade e de sua eficácia, pondera Pontes de Miranda o seguinte: “a sentença concessiva de habeas corpus não declara, nem constitui, nem condena, nem executa – manda... O que em verdade ela faz, mais do que as outras, é mandar: mandar soltar, manda prestar fiança, manda que se expeça salvo-conduto, ou que dê entrada em tal lugar, etc (apud ACKEL FILHO, 1991, p.12).” Não diz que a pessoa é inocente.

Se por disposição legal o Vereador ao ser preso ficou automaticamente licenciado não basta sua simples soltura (apenas para responder ao processo em liberdade) que lhe assegure o direito de voltar a ter assento na Câmara Municipal. Já existe contra ele uma sentença condenatória. Se amanhã ele for absolvido com trânsito em julgado da decisão, aí sim, ele poderá pleitear de volta seu emprego no INSS e sua volta ao plenário da Câmara.

Perguntou Bruno Brandão: “E a sociedade? - Agora resta saber como a população vai receber o vereador que vem direto das grades para ocupar a tão respeitada cadeira na Casa do Legislativo. É aquela questão: é legal? É. Mas é moral?

Discordamos de Bruno quando ele diz que é legal. Não é legal nem moral. Prevê a Constituição Federal, as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais, bem como o Decreto-Lei 201/67 a possibilidade de decretação da perda do mandato ao parlamentar que se comportar de modo incompatível com o decoro parlamentar.

O renomado baiano Ministro do Supremo Tribunal Federal, Aliomar Baleeiro, em palestra proferida em 1975, chegou a afirmar "que não há limite para o subjetivismo, na apreciação do que seja decoro".

Para Pontes de Miranda: "decoro é comportamento, é imagem pública, é honra, é dignidade. Decoro parlamentar é obrigação de conteúdo moral e ético que não se confunde com aspectos criminais.”.

O ex-deputado Roberto Magalhães, de Pernambuco, excelente constitucionalista, conceituou o decoro "como o conjunto de atributos que exaltam o parlamentar, que lhe dão respeitabilidade. A quebra do decoro parlamentar, a contrario sensu, seria aquela conduta do parlamentar que atingisse a própria respeitabilidade deste e, por extensão, a do Parlamento."

Voltando ao que disse Bruno Brandão:

“Dinho “deu mole” - Em conversa com um grande cacife da oposição, o site ouviu dele que Dinho “deu mole ao não pedir a exoneração do vereador enquanto este estava preso”. Segundo o cacife, Dinho precisava apenas da maioria simples para exonerar Paulo Sérgio. Agora é tarde!”

Ai é que está. Vereador nenhum poderia requerer a decretação da perda de mandato de Paulo Sérgio porque legalmente ele está licenciado.

Lei Orgânica do Município de Paulo Afonso:
Art. 40 - O Vereador poderá licenciar-se:

...
§ 5º - Independentemente de requerimento, considerar-se-á como licença o não comparecimento às reuniões de Vereador, privado temporariamente, de sua liberdade, em virtude de processo criminal em curso.

Se legalmente ele está licenciado não haveria embasamento legal para qualquer decisão da Câmara que importasse em sua cassação ou “exoneração” como afirmou o “Grande Cacife”.

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO
Art. 39 - Perderá o mandato de Vereador:
...
III - que utiliza-se do mandato para prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa;
IV - que deixa de comparecer, em cada sessão legislativa anual, a terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo doença comprovada, licença ou missão autorizada pela entidade;
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III e VI, a perda será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de Partidos Políticos representados na Casa, assegurada ampla defesa.

Esta seria a única hipótese. Paulo Sérgio está legalmente licenciado e preso não teria assegurada a ampla defesa. Qualquer decisão da Mesa contra seu mandato seria nula.

Entretanto, havendo decisão de Paulo Sérgio em retornar, esse retorno deve ser negado. Seu mandato está suspenso.

REGIMENTO INTERNO
Artigo 18° - Suspender-se-á o exercício do mandato do Vereador, convocando-se o respectivo Suplente:
I – em razão de sentença definitiva transitada em julgado;(Não há)
II – pela decretação de prisão preventiva. (Há.)

Como se vê a Mesa da Câmara tem a obrigação de resguardar sua imagem uma vez que “decoro é comportamento, é imagem pública, é honra, é dignidade e obrigação de conteúdo moral e ético” (Pontes de Miranda). Tudo isso a Mesa da Câmara tem obrigação de observar sob pena de não observando, vir a ser destituída.

Deve a Mesa da Câmara cientificá-lo de que ele continua licenciado ou com o mandato suspenso nos termos do art. 18, II, do Regimento Interno e seu retorno no momento é ilegal. Vai contra o Regimento.

O Hábeas Corpus não restituiu seu assento na Câmara. Ao contrário, mandou aplicar dentre outros, o inciso VI do Art. 319 do Código de Processo Penal que veda o exercício de função pública ou de atividade de natureza econômico financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais. Como Vereador ele poderá se utilizar do cargo para a prática de novos ilícitos.

Se ele quer realmente voltar para a Câmara que traga a certidão do trânsito em julgado de sua absolvição. Até prova em contrário há a presunção de que ele se comportou de modo incompatível com o decoro parlamentar.

É assim que penso.

sábado, 8 de outubro de 2011

FALTA DE ASSUNTO

RESOLVI ECONOMIZAR
Estou pensando seriamente em dar uma mudada de rumo na minha vida. Acabei de me matricular no curso de enrrolador de bomba do Instituto Universal Brasileiro. Já recebi as primeiras apostilas e a carteira de estudante. O curso é relativamente fácil. Esta minha decisão deveu-se ao fato de que toda vez que mando enrolar a bomba aqui da roça seu custo fica em torno de quatrocentos reais. Isto acontece sempre uma vez a cada dois anos. A despesa com o curso e a montagem da oficina fica em torno de mil e oitocentos reais. Ou seja, daqui a dez anos o negócio torna-se rentável.

PRECAUÇÃO
Tenho um amigo que é muito precavido. Ele viu na televisão e logo comprou um aparelho onde a pessoa fica de quatro e começa a balançar a bunda de um lado para outro. Ele diz que ela é excelente para soltar pum e que ninguém nunca conseguirá agarrá-lo por trás.

NATAL
O natal se aproxima e não decidimos ainda se vamos ficar na roça, ir para Recife, Rio ou Vitória. Estamos nos preparando. Se for para sair vamos ter de economizar uns cinco mil reais. Com a lotofácil não faço planos porque jogo dez reais e ganho dois e cinqüenta. Criar carneiro para engordar precisaria ter uns quinhentos carneiros. Pensei em deixar de comprar cerveja em garrafa e só comprar em latinhas. No final eu venderia as latinhas e teria um bom dinheiro. O quilo da latinha vale R$ 2,50. Para juntar R$ 5.000,00 precisaria de duas toneladas de latinhas. Como sessenta latinhas dá um quilo e faltam oitenta dias para o natal a gente tem de tomar mil e quinhentas latinhas de cerveja por dia.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

ELEIÇÃO DE 2008 E ESPELHO DE 2012

Daqui a um ano, em 30 de junho de 2012, os partidos políticos que quiserem lançar candidato a prefeito ou vereador já deverão ter realizado suas convenções. Ou seja, já saberemos quem pretenderá concorrer à eleição para os cargos de prefeito e vereador e que terão seus pedidos submetidos à apreciação da Justiça Eleitoral.

È sabido que o atual prefeito de Paulo Afonso irá buscar um segundo mandato e tenta de todo jeito se aproximar da base governista do PT de Wagner através do deputado Paulo Rangel. Obtendo êxito ou não em suas tentativas, o certo é que ele é um forte candidato em função do cargo de prefeito que já exerce.

Por sua vez, o ex-prefeito Raimundo Caíres, pensando ainda que é um forte candidato diz que irá concorrer a eleição como candidato majoritário e quem quiser lhe apoiar que se contente em ser vice.

Raimundo é carta fora do baralho haja vista que (independentemente de sua situação perante a Justiça), é quase impossível ele voltar a fazer a coligação que o levou a Prefeitura em 2004. Sua única chance seria com o apoio do grupo do Ministro Mário Negromonte que já foi traído por Raimundo e em política, pode até haver reconciliação, mas não haverá confiança, e o Ministro não é neófito em política para confiar novamente em Raimundo.Vicente Celestino disse depois de ser traído que perdoava, mas não reconciliava. É o oposto na política.

Já o grupo do Ministro Mário Negromonte desta vez tem que lançar um candidato para competir em pé de igualdade com Anilton e com Raimundo ou quem ele e seu grupo apresentar. A possibilidade de se lançar um candidato próprio é altamente viável, mas não pode ser mero figurante.

Dernival Oliveira, o Val, pelo que foi observado na eleição de 2008, dificilmente obteria uma segunda chance. É o mesmo que Maninho para o PT. Em 2008 Maninho dizia que seu trabalho visava o futuro, mas o trabalho de Paulo Rangel junto a Anilton, mostra que Maninho não é mais uma opção.

Dernival Oliveira, justiça seja feita, mantém-se obstinado em sua tentativa de chegar a Prefeitura, mas ele mesmo sabe que se for ele o candidato do PP, Anilton (antes mesmo do primeiro comício), já terá comprado novo terno para a posse.

No nosso entender, para o PP, a vez é do Dr. Antônio Martins. Alternativa como o Deputado Mário Junior é descartável pela votação que obteve no Estado. Ele deverá consolidar seu trabalho com vista ao Palácio de Ondina. Mário Junior na Prefeitura de Paulo Afonso seria uma marcha à ré em suas pretensões políticas.

Outras opções como Dr. Chico (a vez dele foi em 2008), Dinho, Macário, Ozildo Alves, Almeida Junior, Dr. Petrônio Barbosa e muitos outros não empolgariam. Antônio Martins pode e vai empolgar.

Gostamos muito de fazer retrospecto das eleições passadas, pois é com base nos dados que ela nos apresenta que podemos fazer uma avaliação em termos de futuro. Sabemos também que a votação do candidato a vereador de determinada coligação nunca corresponde a votação do candidato majoritário.

Entendemos que o candidato a Vereador, mesmo não eleito ou que sua votação tenha sido reduzida, ele deve ser prestigiado. Cem ou duzentos votos que o candidato obteve é resultado de um trabalho de parentes, vizinhos, amigos, colegas de trabalho. Dez candidatos com 100 votos totalizam mil votos

Os candidatos a prefeito devem olhar para os candidatos a vereador da eleição passada e começarem a fazer suas avaliações. Como é que ele está hoje? Está acompanhando quem? Desiludiu-se da política ou pensa em continuar na luta? É interessante ele vir para o nosso grupo? Custa caro?...

Olhando para o resultado da eleição de 2008 (como se a votação obtida fosse algo permanente, o que não é), vemos que os candidatos a vereadores naquela época, podem ser assim distribuídos:
GRUPO DE MÁRIO: 12. 757 VOTOS ou 25,33%;
GRUPO DE ANILTON: 8..741 VOTOS ou 17,35%;
PT : 2. 549 VOTOS ou 5,06%;
PSDB: 2.923 VOTOS ou 5,80%;
PARTIDOS DE ESQUERDA: 17. 887 VOTOS ou 35,51%;
PARTIDOS DE CENTRO: 5.515 VOTOS ou 10,95%;

50.372 eleitores votaram validamente nos candidatos a vereador em 2008.
52.195 eleitores votaram validamente nos candidatos a prefeito em 2008.

ANILTON BASTOS PEREIRA, com 26.508 votos ou 50,79%;
DERNIVAL OLIVEIRA JUNIOR, com 856 votos ou 1,64%;
GILBERTO DE BARROS PEDROSA JÚNIOR, com 1.087 votos ou 2,08%;
NICOLSON ARAUJO CHAVES, com 483 votos ou 0,93% e
RAIMUNDO CAIRES ROCHA, com 23.261 votos ou 44,57%.

Em 2012, Anilton Prefeito será a mesma coisa que Raimundo foi em 2008 como canalizador de votos. Ou seja, os partidos dito de esquerda, como PSB, PCdoB, PV e outros, em 2012 dificilmente repetirão a votação que tiveram em 2008. Eles não elegeram o prefeito. É a lógica. Hoje não estão no poder e não empolgam como oposição. Por que Anilton empolgou?

Ora, ele já foi prefeito sem rejeição e o grupo do DEM sabe trabalhar em eleição. Val, Maninho e Nicolson foram meros figurantes.

Todavia, se fizermos um exercício de simulação onde a votação de 2008 fosse a mesma de 2012 onde cada candidato repetisse sua votação (hipoteticamente), o quadro ficaria assim:

1 – O candidato do PP teria que ser votado como devido e não com a votação de Val;
2 - Anilton tenha o apoio do PT e tenha conseguido tirar um terço dos votos da esquerda;
3 - Raimundo se lance ou lance um do seu grupo e consiga fazer a mesma coligação de 2008 (muito difícil),

com base na perspectiva que os números nos revelam, em 2012 esses três grupos mais fortes partiriam com a seguinte força:

GRUPO DE MÁRIO, com Dr. Antônio Martins, percentual de partida de 25,33% dos votos;
GRUPO DE ANILTON com PT (5,06%) e o poder: percentual de partida de 34,35% dos votos;
GRUPO DE RAIMUNDO (unido): percentual de partida de 23,67% dos votos;
PSDB: percentual de partida de 5,80% dos votos;
DEMAIS PARTIDOS: percentual de partida de 10,95% dos votos;

Ou seja, com três candidatos a prefeito:
a) Anilton para ganhar só precisaria de um PSDB;
b) O PP precisaria dos demais partidos e
c) Raimundo precisaria dos demais partidos e do PSDB.

Nesses próximos onze meses muita articulação deverá acontecer.

Como o importante para nós é o desempenho dos candidatos faremos a avaliação um por um dentro do grupo a qual pertenciam e dentro do contexto atual, como é o caso de Ozildo e Aroldo, hoje fazendo parte do grupo de Mário. Os demais grupos ficaram como se não tivesse havido alteração:

COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DO GRUPO DE MÁRIO: (com mais de 100 votos).
12.501 votos assim distribuídos:

OSILDO ALVES DA SILVA - 2.110 votos;
AROLDO FERREIRA DA SILVA - 1.388 votos;
JOSÉ GOMES DE ARAÚJO - 1.368 votos;
DELMIRO ALVES DE MATOS - 1.169 votos;
PAULO SÉRGIO BARBOSA DOS SANTOS - 1.039 votos;
IVANETE AVELINO BENTO – 908 votos;
EDSON OLIVEIRA MACIEL – 826 votos;
PEDRO MACÁRIO NETO – 775 votos;
ALBÉRIO CARLOS CAETANO DA SILVA – 771 votos;
PETRÔNIO BARBOSA – 580 votos;
JOSÉ ÂNGELO CARVALHO – 526 votos;
ADILSON ÂNGELO DA SILVA – 360 votos;
LEGENDA DO PP – 274 VOTOS;
ETEVALDO ALVES MARTINS JUNIOR – 214 VOTOS;
SEVERINO TIBÚRCIO DA SILVA – 172 VOTOS;
VOTOS LEGENDA PR – 121 votos

Incluímos, como visto, o nome de Zezinho do INSS por ser uma questão de lógica, como de lógica é a adesão de Ângelo Carvalho ao grupo. A votação dos candidatos do PTN, exceto Ozildo Alves, incluímos como partido de centro.

Poder-se-á argumentar que a votação passada não se repetirá e que a votação do candidato a vereador não coincide com a do prefeito do seu partido. Em alguns casos, sim, mas se o grupo ficar unido e tiver um candidato a prefeito forte, a tendência é o candidato a prefeito puxar votos para fortalecer o seu grupo, o que não ocorreu em 2008 com Val e Maninho, devido a polarização entre Anilton e Raimundo.


COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DO GRUPO DE ANILTON: (com mais de 100 votos).
8.418 votos assim distribuídos:

MARCONDES FRANCISCO DOS SANTOS – 2.499 votos;
LEGENDA DO DEM – 2.305 votos;
PETRÔNIO JOSÉ LIMA NOGUEIRA – 1.775 votos;
MARCOS ANTÔNIO DOS SANTOS – 608 votos;
ISMAIAS ARAÚJO REIS – 413 votos;
VALMIR ALVES TEIXEIRA – 273 votos;
LEGENDA DO PRP – 216 votos;
GILVAN BRITO GONÇALVES – 178 votos;
JOSÉ DEUZIVAL DE CARVALHO SANTOS – 151 votos;

Mantivemos Marquinhos mesmo sabendo de sua rixa com Anilton por não sabermos sua situação com Luiz de Deus. Chama à atenção a votação na legenda 25, do DEM - 2.305 votos. Salvação de Petrônio Nogueira.


COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DO PT : (com mais de 100 votos).
2.396 votos assim distribuídos:

JOSÉ CABRAL DE MOURA, 771 votos;
ADAUTO ALVES, 636 votos;
DORIVAL PEREIRA OLIVEIRA, 509 votos;
JUCINALDO LIMA FRAZÃO, 284 votos;
LEGENDA DO PT, 196 votos.

Não é a toa que Paulo Rangel busca trazer Anilton para a base do governo, vez que, se continuar assim, o PT desaparecerá do cenário político de Paulo Afonso.


COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DO PSDB: (com mais de 100 votos).
2.871 votos assim distribuídos:
DANIEL LUIZ DA SILVA – 2.736 votos;
LEGENDA DO PSDB – 135 votos;


COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS PARTIDOS DE ESQUERDA: (com mais de 100 votos).
PSB com 7.705 votos;
PV com 2.468 votos;
PCdoB com 2.058 votos e
PRB com 2.014 votos;
PDT com 1.676 votos;
PTB com 1.164 votos;

17. 085 votos, assim distribuídos:
LEGENDA DO PSB (40) – 1.541 votos;
CELSO BRITO MIRANDA PSB – 1.528 votos;
JOSÉ GILSON FERNANDES PSB – 1.426 votos;
JUVENAL TEIXEIRA DOS SANTOS PDT – 1.404 votos;
REGIVALDO CORIOLANO DA SILVA PCdoB – 1.223 votos;
MARIA DO CARMO BEZERRA DA SILVA FILHA PSB – 1.113 votos;
GERALDO JOSÉ DOS ANJOS PTB – 928 votos;
JOSÉ IVALDO DE BRITO FERREIRA PV – 886 votos;
JOSÉ DINIZ MELO DA SILVA PRB – 835 votos;
EDILSON MEDEIROS DE FREITAS PCdoB – 715 votos;
VALDEICE ANTÔNIO ALVES PSB – 598 votos;
ARTUR LÚCIO MERGULHÃO NETO PSB – 491 votos;
MARIA GORETTE MOREIRA PRB – 464 votos;
JOSÉ GOMES DE CAMPOS PRB – 460 votos;
ESPEDITO GOMES DA SILVA PSB – 407 votos;
MARIA NEIDE LIMA DA CRUZ PV – 348 votos;
VALDIR SOARES DA SILVA – PSB – 346 votos;
JORGE JOSÉ NASCIMENTO PV – 308 votos;
GILVAN BEZERRA DE SOUZA PV – 282 votos;
LEGENDA DO PDT – 272 votos;
ENAVANIA BEZERRA DE ALBUQUERQUE PSB – 255 votos;
EDVALDO GOMES MELO DA SILVA PRB – 255 votos;
JOSÉ CORREIA DA SILVA PTB – 236 votos;
VALQUIRIA BEZERRA GALEÃO PV – 220 votos;
CARLOS MORAES JATOBÁ BARRETO JUNIOR PV – 151 votos;
QUITÉRIA MARIA FERREIRA PV – 149 votos;
JUVENAL DE SOUZA SILVA PV – 124 VOTOS;
GERALDO ALVES DE ARAUJO PCdoB – 120 votos;

É evidente que dificilmente o PSB repetirá a votação que teve em 2008 e, será muito difícil também, Raimundo Caíres levar para junto de si a totalidade desse grupo, uma vez que o poder municipal hoje é de Anilton. Em 2008 era dele, Raimundo. Era mais fácil.


COMPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS PARTIDOS DE CENTRO:
PSDC com 3.043 votos;
PMDB com 906 votos;
PTN com 972 votos;
PTC com 258 votos;

5.179 VOTOS assim distribuídos: (com mais de 100 votos).
JOSÉ CARLOS COELHO PSDC – 656 votos;
MANOEL DOS SANTOS - PSDC – 437 votos;
LEDA MARIA ROCHA ARAUJO CHAVES PSDC – 422 votos;
JOSÉ IVAN DIAS PMDB – 378 votos;
FERNANDO MANOEL DE SANTANA PSDC – 373 votos;
GILMÁRIO SOARES SILVA PTN – 352 votos;
EVERALDO LIMA DE MACEDO - PSDC 242 votos;
JOSÉ MESSIAS LEITE OLIVEIRA PMDB – 194 votos;
JARLON NEMÉZIO DA SILVA PSDC – 183 votos;
GIOVANNE OLIVEIRA RASTELI PSDC – 172 votos;
AUDINEIDE GONÇALVES DE LIMA PSDC – 165 votos;
JORGE ROBSON DE ANDRADE PTN – 163 votos;
SEBASTIÃO LUNGA DA SILVA PTC – 135 votos;
JANDECLÉBER SILVEIRA MAIA PTN – 131 votos;
RÔMULO DA SILVA BRITO PMDB – 128 votos;
MARIA DE FÁTIMA DA SILVA FERREIRA PSDC – 109 votos;
Contabilizando, também:
LUIZ ALBERTO NOGUEIRA DE SOUZA (EX PP) – 310 votos;

É verdade que novas lideranças surgem e quem teve cem votos ontem poderá não ter, sequer, dois hoje, mas não podemos desprezar quem já teve a coragem de testar sua votação. 70 candidatos tiveram mais de cem votos na eleição proporcional de 2008. Seus nomes estão aqui. Eles ainda decidem eleição.

terça-feira, 21 de junho de 2011

AVISO IMPORTANTE

Sempre que acesso o Messenger ele avisa que está carregando meus feds. Eu não autorizei ninguém a carregar meus feds. Se você viu meus feds por ai, peço que me avise.

terça-feira, 14 de junho de 2011

OBRIGADO TARCILINHA


“Duduzinha e Duduzinho! Chegar em casa e não ver vocês não é a mesma coisa =[ A saudade já é grande, amo vocês!”
Esta mensagem Tarcilinha postou no Orkut. Eu e Beth estávamos na roça, tomando uma cervejinha quando a mensagem chegou. Deu vontade de chorar de tanta saudade. Acho que choramos. Para você Tatá um beijão. Obrigado pela lembrança da gente. Sabes que não esqueceremos vocês, NUNCA.

MEU SONHO DE GRANDEZA


Quando eu era criança morava numa casa em Bom Jardim que tinha um quintal muito grande. Nesse quintal, aos seis anos de idade, sonhei que um dia seria rico e teria uma grande empresa de ônibus. Num mês de férias consegui uns 50 tijolos maciços e os transformei nos meus ônibus. Montei minha garagem e fiz a estrada no quintal. Passava hora e mais horas, no chão, empurrando um ônibus, depois outro e ao final do dia toda a frota tinha feito o percurso de ida e volta Bom-Jardim/Orobó.
Cresci mas meu sonho de grandeza não me abandonou. Ora sonhava ser banqueiro, ora astronauta, ora piloto de corrida. Nada disso eu vim a ser na vida. Todavia, hoje, perto de completar 63 anos de idade, sei que aquele meu sonho de grandeza, de certa forma se realizou.
Este retrospecto, esta análise do que fiz, do que não fiz e do que deveria ter feito ou não ter feito me veio à mente depois que li e reli a poesia “HELENA” que Gustavo Pedrosa escreveu e postou na internet. Helena é a minha mais nova neta que está para chegar. Vai se juntar a Tarsila e Lavínia, suas primas e, claro, a sua irmã Clarissa. Tarsila e Lavínia são jóias lapidadas por Fernandinha e Gustavo. Clarissa é outra jóia lapidada por Dani e Érico. Helena não será diferente. Minhas netas e meus filhos, junto com Beth, são hoje a concretização daquele sonho de grandeza que um dia povoou a minha mente. São as minhas jóias, a minha fortuna. Meu sonho de grandeza.
Eis a poesia de Gustavo Pedrosa:
HELENA

Estás a fazer companhia a Clarissa
Já és presença marcante às margens do São Francisco
Ao lado da casa de Gilberto Freire
Teus ouvidos já escutam os primeiros acordes do Rock in Rio 2011
Na Vila Romana, tua Grécia é presente.

Helena, teus pais respiram-te há 9 meses
Tua irmãzinha sonha em te pentear os cabelos finos
Aquele que conquistou fronteiras além de Tróia
Não vê a hora de recebê-la em seus braços
Aquela capixaba, herdeira da fartura do sorriso nordeste,
Não cabe de euforia em alimentar-te de amor.

Helena
Que enriqueças o belo de dignidade
E a amizade cimente tuas conquistas.
Helena e Clarissa, Tarsila e Lavínia
Que a distância as aproxime.

Gustavo Pedrosa
Queria ser 10% do tio que foste para minhas filhas
Tio Érico, papai Érico
Com muito carinho e respeito
Seja bem-vinda Helena.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

MINHAS CHARADAS

Desde criança sempre gostei de resolver palavras cruzadas e, em consequência, algumas charadas. Em Bom Jardim após sair do ginásio, de vez em quando ficávamos na praça ao lado do forum, até altas horas, inventando charadas.
Charada, vocês sabem, tem várias formas de se fazer. Umas são haplógicas, adicionadas, encadeadas, intercaladas, sintéticas etc. A da gente era bem simples, utilizávamos sinônimos ou palavras cabíveis na identificação do tema e sílabas com parciais e conceitos.

Parciais são os elementos componentes de uma charada (sempre negritado) orientado ao final pela quantidade de sílabas. O Conceito (também negritado) é o elemento final e principal a ser decifrado. Ou seja, a solução é a “soma” dos sinônimos das palavras-chave. (aspectos de acentuação são ignorados).

Exemplo clássico é: Em um taxi iam quatro romanos e um inglês. Qual o nome da mulher do motorista? 1 e 2.

Quatro romanos com uma sílaba e um inglês com duas sílabas são as parciais. A junção das sílabas dá solução ao conceito que é o nome da mulher do motorista.
No caso, a solução é:
Quatro romanos: IV (uma sílaba)
Um inglês: one (duas sílabas)
Nome da mulher do motorista: ivone.

Estou escrevendo isto porque certa noite, ao pegar um dos meus livros de cabeceira, olhei para o nome do autor e de imediato pensei: dá uma boa charada. E deu. As parciais vou colocar em maiúsculo com a quantidade de sílabas entre parênteses e o conceito negritado. A charada ficou assim:

ESTUDA(1) o ABERTO INGLÊS(1) se QUEIMO(2) todo SETE INGLÊS AO CONTRÁRIO(2) quando leio o bardo das canções embriagadas e padrinho de uma das tres meninas mais bonitas do mundo.

A solução:
ESTUDA (com uma sílaba): LÊ
ABERTO INGLÊS (com uma sílaba): ON
QUEIMO (com duas sílabas): ARDO
SETE INGLÊS (seven) AO CONTRÁRIO (com duas sílabas): NEVES
bardo das canções embriagadas e padrinho de uma das tres meninas mais bonitas do mundo: leonardo neves.

Outra charada também interessante é esta:
BASTA a SIGLA DOS GAUCHOS com o PRONOME FRANCÊS e a PRIMEIRA VOGAL para chamar UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO. (1, 1,1, 1)
Ou seja, todas as parciais com uma sílaba. A solução é:
BASTA – TÁ
SIGLA DOS GAUCHOS – RS
PRONOME FRANCÊS – IL
PRIMEIRA VOGAL – A
UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO: TARSILA

De igual modo poderia ser assim:
ALI (1) OLHEI(1) a LETRA QUE PRECEDE O EME(1) a qual SEGUIA(1) UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO.
ALI (1) – LÁ
OLHEI(1) – VÍ
LETRA QUE PRECEDE O EME(1) – N
SEGUIA(1) – IA
UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO: LAVÍNIA.

Ou assim:
Na ABREVIATURA DO CENTILITRO(1) com a ATMOSFERA(1) de VÁRIAS VOGAIS DO MEIO(1) mais a SIGLA NÃO LIMITADA(1) vejo UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO.
ABREVIATURA DO CENTILITRO(1) – CL
ATMOSFERA(1) – AR
VÁRIAS VOGAIS DO MEIO(1) – IS
SIGLA NÃO LIMITADA(1) – SA
UMA DAS TRÊS MENINAS MAIS BONITAS DO MUNDO: CLARISSA.

Para terminar:
Na RELIGIOSIDADE(1) da SIGLA DOS POTIGUARES(1) eu PERAMBULO(1) pela LETRA GREGA(1) e encontro um HOMEM INGLÊS (1) ao lado do SOBRENOME DE GUILHERME COM UM ELE(1) e do avô das tres meninas mais bonitas do mundo.
RELIGIOSIDADE(1) – FÉ
SIGLA DOS POTIGUARES(1) – RN
PERAMBULO(1) – ANDO
LETRA GREGA(1) – PI
HOMEM INGLÊS(1) – MEN
SOBRENOME DE GUILHERME COM UM ELE(1) – TEL
avô das tres meninas mais bonitas do mundo: FERNANDO PIMENTEL.
Não é interessante?

sábado, 22 de janeiro de 2011

AO POETA GUSTAVO PEDROSA

Hoje é o aniversário de Gustavo Pedrosa que dentre muitas qualidades é o pai de minhas netas Tarsila e Lavínia e depois poeta. Na preciosa obra “Livro das Canções Embriagadas” o outro grande poeta Leonardo Neves escreveu:

SINGELA HOMENAGEM AO ANIVERSARIANTE
Ao amigo e eterno poeta Gustavo Pedrosa

O bê-bardo faz aniversário e um poema
de si para si
feito um menino sozinho trancado no banheiro
um sujeito comovido com a própria virilidade
um velho com saudade dos bondes

O bê-bardo está mais velho
não velho
apenas sem as franjas e sem as fraldas
e seu calibre já não põe à noite a prova
nem a língua chora suas amantes inexistentes

Agora o goleiro sem luvas tem as mãos perfumadas
e fez um tratado de paz com o inferno
para ter a casa cheia de fadas e amigos
o bar cheio
e as árvores repletas de colcheias.


Discordo do meu amigo Leonardo Neves porque para Gustavo ter a casa cheia de fadas e amigos não precisa fazer “tratado de paz com o inferno”.
Também para Gustavo não existe “bar cheio”. Para ele sempre haverá uma mesa disponível, um chope gelado, lápis e papel para escrever seus poemas. Poemas como este que a seguir transcrevo.

Quando do falecimento de Seu Luiz (pai do poeta Leonardo Neves) Gustavo nos comunicou a perda e no mesmo momento, sensibilizado, escreveu:

As bandeiras rubro-negras estão enroladas
A camisa do Sport na ombreira
O baralho no armário
As pedras do dominó recolhidas.

Os frevos, os poemas de outrora
Que traziam sempre junto o sorriso farto Luiz
Serão memórias cantadas e recitadas
Por filhos e amigos

O jabuti que desfilava frutos e canas
Está ressequido e os pierrôs errantes
Não encontram mais ladeiras para subir
Uma planície devastada insalubre em seu lugar

As curvas do hipódromo são retas sem fim
Os pernis defumados no quintal do caldão
Os caldeirões de sabores próprios
Uma geografia tão própria e tão distante agora

Vai Luiz, vai, divertir teus irmãos, teus amigos do além
Subverter as regras de lá como as daqui
Rir da tua dor
Reescrever uma nova gramática

Resta-nos a saudade
As homenagens póstumas
Os objetos do teu dia a dia
Tua arte.

É assim o meu amigo Gustavo. Até mesmo nos momentos de profunda dor pela perda do amigo ele encontra inspiração para prestar sua última homenagem em forma de poesia.

E em homenagem a Gustavo a roça está alegre. As árvores estão cheias de frutas. As roseiras brotam e os pássaros cantam. Até mesmo “galos de campina” que nunca antes tinham aqui aparecido, agora também freqüentam a roça.

Como não poderia deixar de ser, eu e Beth iremos beber nossa cerveja gelada nas margens do “Velho Chico” e lembrar dos tucunarés e das farras que aqui fizemos na companhia de Gustavo. Parabéns Gustavo.