sábado, 19 de dezembro de 2009

O CARRINHO VERDE


Toda vez que chega esta época lembro-me do primeiro natal que vivi. Era o ano de 1954, morava em Orobó, Pernambuco, e tinha completado seis anos de idade. Na véspera de natal, por volta das sete da noite, minhas irmãs Guida e Góia levaram-me até o mercado público onde se vendia “coisas” de natal. Elas me mostravam tudo, mas uma coisa chamou minha atenção. Era um carrinho de plástico, todo verde, que eu fiquei empurrando por um bocado de tempo. Andava por todo mercado, mas sempre parava na barraca onde estava o carrinho verde.Parecia com o da foto, sendo verde.

Sem nada na mão voltamos para casa e logo depois foi servida a Ceia de Natal. Meu pai sempre falava antes da Ceia de Natal. Nesse dia ele disse que no próximo ano estaria sendo promovido e que a gente ia morar em Bom Jardim. Eu gostava da Ceia de Natal daquela época. Também tinha peru e queijo do reino. Era quando a gente comia biscoito champanhe.

Fui dormir e no outro dia estava todo mundo em frente a minha rede dizendo que Papai Noel tinha passado por ali. Quando olhei pra baixo da rede, dentro do meu sapato estava o carrinho verde. Nunca me esqueci desse dia. Na mudança para Bom Jardim perdi o meu carrinho.

Depois daquele ano cinqüenta e cinco natais já se passaram em minha vida e nunca mais eu ganhei um carrinho verde. Hoje quando entro nas lojas que vendem produtos a R$ 1,99 encontro muitos carrinhos parecidos. Mas nenhum é igual ao carrinho verde que ganhei como primeiro presente de Papai Noel. Se você encontrar por aí um carrinho verde, do tamanho de um mouse, me avise. Pode ser o meu.

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