quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SOBRE LIVROS DE AUTO-AJUDA

Hoje eu vou falar para vocês sobre os livros de auto-ajuda que não li e sobre aqueles que tive a oportunidade de folhear.Livro de auto-ajuda, vocês sabem, é aquele que ajuda o autor e editor a sair da miséria. Se vocês prestarem atenção todos os livros intitulados de auto-ajuda chamam vocês de incompetentes, burros, preguiçosos, errados e dizem, ainda, que com os livros de auto-ajuda você dá a si mesmo a chance de encontrar o conhecimento que lhe falta para reconstruir sua auto-estima. Ou seja, para eles sua auto-estima está abalada, você é um complexado, nada dá certo...

Tem um tal de Deepak Chopra que escreveu um livro intitulado “O Caminho Para a Felicidade Suprema” onde vocês aprendem, na página 89, que “ATENÇÃO PLENA” quer dizer “PRESTAR ATENÇÃO”. Genial. Aprendem, também, lendo a quarta chave (pág. 67) que vocês devem desistir de ter razão porque “TER RAZÃO IMPLICA QUE ALGUÉM DEVE ESTAR ERRADO”...

Eu não desistirei nunca de ter razão. Mesmo que eu esteja errado eu terei razão porque meu erro não terá sido voluntário. O fato de eu estar errado justifica o fato de eu não ter razão. Por conseguinte, eu estarei certo em não ter razão porque eu errei quando estava errado. Ou seja, mesmo errado e sem razão eu estava certo. Esta é a lógica da vida. Tudo tem sua razão de ser.

Por exemplo, se você pensa que está decepcionado, que sofre de um complexo qualquer, que pensa que tudo que faz dá errado e começa a ler um livro de auto-ajuda você acha que necessita de apoio quando, na verdade, você não precisa de apoio, vez que o simples fato de você começar a ler um livro já é prova suficiente de que sozinho tem condições de superar as adversidades, seja lendo um livro de auto-ajuda seja lendo um livro de Balzac.

O ideal para os casos em que as pessoas pensam que precisam de livros de auto-ajuda é que elas saibam que realmente deles não necessitam. Se pensarem que precisam, tal fato, por si sós já é um dado altamente precioso porque estão pensando. Se estiverem a pensar devem pensar com seus próprios pensamentos e não com o pensamento dos outros.

Por isto recomendo que se vocês estão decididos a gastarem vinte ou trinta reais na compra de livros de auto-ajuda, peguem o dinheiro e comprem sacos de pipoca. Sentem-se em um banco de praça e comecem a comer pipoca. Se tiver algum pombo dê pipocas para eles e não se acanhem de oferecer pipocas para seu vizinho de banco.

No fim da tarde você sairá da praça alegre e feliz da vida cantando qualquer música. Zé Geraldo tinha uma música que dizia; “... e eu aqui na praça dando milho aos pombos...”. Faça como ele de uma maneira mais sofisticada. Ao invés de milho dê logo a pipoca pronta e seja muito feliz.

(Notou que se eu escrever sessenta páginas iguais a esta já posso publicar um livro de auto-ajuda?... Vou comprar um saco de pipoca para pensar na próxima página.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário